28 de maio de 2006

Post nº 2

Atualizado em 31 de maio, às 13h25
Série "Dá licença, eu quero viver"
Retranca 2: O tempo não pára
Na terra dos homens, as horas passam depressa demais. Falta tempo para dormir e sonhar. Onde os gnomos moram nem mesmo existe relógio.

27 de maio de 2006

Post nº 1

Série "Dá licença, eu quero viver"

Ser homem como somos é funcional?
Creio que não. Todos os nossos passos só contribuem para acelerar a morte. E ainda digo mais: devíamos viver feito gnomos.

Retranca 1: Alimentos, a fonte da vida.

Reparem os fast-foods [coisa que eu gosto e consumo bastante, por sinal]. Junkie food não faz bem. Ah, mas não faz mesmo. É até gostoso, uma delícia. Mas dr. Fernando já me convenceu que a gente morre pela boca. Os corantes das comidas paralisam lentamente nossos fígados. A carne bovina desmata a Amazônia mais que as queimadas. No Marajó tem bem mais búfalo que gente, muito mais. Trangênicos podem causar câncer. O açúcar refinado é o grande vilão. É que nem cocaína. Causa euforia, satisfação. Prazer! É vício mesmo, de verdade. Tem gente que não passa um dia sem. Sente até tontura, vertigem quando não consome açúcar. Tá com dor de cabeça? Come um "docinho" que passa. Eu mesma assumo: não sei viver sem açúcar. E o que é saudável a gente diz que não tem sabor, é insosso e sem sustância. A natureza oferece uma infinidade de alimentos saborosíssimos, mas a gente gosta mesmo é do quê? F-r-i-t-u-r-a. Não é? Isso a natureza não nos deu. Nós que criamos com as próprias mãos. E se a natureza não deu, de graça, não faz bem. Exagero? Né não. Pense duas vezes nas nossas criações alimentares - elas levam à morte. Trocar beterraba com agrião por uma coxinha da Perini. Tá doido? Vegetal cru por uma picanha com mostarda e alho. Pirou? Eu não troco. Nem pensar. Fizemos a Revolução Industrial Alimentar, e o que ganhamos com isso? O-b-e-s-i-d-a-d-e. E artérias entupidas. Fomos criados assim: gostoso e sem saúde. Diferente dos gnomos - eles sabem extrair o mel bom que a natureza oferece. Frutinhas viram tortinhas e sucos diversos, grãos viram ensopados maravilhosos junto com as verduras. Fora os caldos com folhas e hortaliças. Para os gnomos, a felicidade se irradia da mesma forma que a fragrância de um fruto maduro. E como comida é amor, é preciso se alimentar sem pressa, dando atenção ao que se come. A síntese da "comida rápida" é forte indício para a escassez de sensibilidade.

Novidade

Caros leitores, amigos, anônimos e demais internautas:

A partir de hoje, o De Improviso dá início à série "Dá licença, eu quero viver". Serão posts [nem tão jornalísticos] sobre situações e hábitos da sociedade hiper-moderna. O foco é o ser humano e sua relação com o mundo. A contra-partida é a vida dos gnomos e duendes.

Inspirado em situações recentes, o conteúdo é produzido sem muita pesquisa, teorias ou dados científicos. Bem na base do achômetro - aquilo que não se faz ou não deveria ser feito nas páginas dos jornais. A idéia é botar pra fora hipóteses que moram na mente da autora desse blog.

Leiam com carinho ou simplesmente não leiam. É permitido ignorar. Só não é adequado ler e não comentar. Se você está aí de bobeira, passou por aqui, leu o blog e pensou em algo [concordando ou não] deve comentar.

Falou? Fica aí a sugestão de interação. Até mais...

A Autora.

23 de maio de 2006

Boletim do tempo

"1ºC tá bom pra ti? De madrugada foi ainda pior. Deixei o carro na porta da casa ontem a noite. Hoje de manhã amanheceu coberto de gelo."
Por Rosana Zucolo, jornalista baianúcha. Direto da Unifra, Santa Maria, RS.

"Tá frio demais, Amarela. Ontem fez 9ºC, hoje tá uns 14ºC com garoinha friiiiia. Peguei uns casacos emprestados que estão me salvando."
Por Fábio Bito Caraciolo, jornalista baiano fora do ninho. Direto da redação do Lance!, São Paulo, SP.

Gracioso!

Gael García Bernal. Mexicano de tirar o fôlego.

Maconha na janela

Por Pedro Campos
[Publicada no A Tarde On Line]

"Moleque na rua, na boca da favela, à espera de algum playboy a fim de um bagulho massa. É só chegar, pedir e pronto. Aqui o que quiser a gente descola, pode ser pó, crack ou maconha. É só chegar chegando".

O parágrafo acima, em muito, se assemelha aos diálogos característicos de filmes como 'Cidade de Deus' e 'Carandiru'. Mas, na realidade, basta passear por algumas ruas de Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, ou outra metrópole qualquer, para perceber que 'boca de fumo' não tem nada de ficção.

Depois que o documentário do rapper carioca MV Bill foi exibido com todo o glamour característico do Fantástico (TV Globo), a classe média brasileira parece ter acordado com o grito desses jovens marginais à sociedade.

Em Salvador, é impossível contar nos dedos o número exato de pontos onde se pode comprar droga. Faculdades, escolas e academias são locais estratégicos nesta empresa chamada tráfico. Se a procura é grande e a oferta é maior ainda.

Mas, com toda violência escancarada, o medo de ser pego e das conseqüências que um 'vacilo' pode significar, alguns usuários decidiram partir para a produção independente. Mesmo diante das inovações como o 'disk drogas' - uma espécie de 'delivery' que entrega, sob encomenda, na casa do usuário, trouxinhas de pó, cigarros de maconha e até o ecstasy, adolescentes, principalmente das classes média e média alta, preferem cultivar o "próprio barato" em casa.

Seja em pequenos vasos instalados no quarto, na sacada do apartamento, ou, entre os mais sofisticados, com a ajuda da hidroponia, os pés de maconha se multiplicam pelos lares de Salvador. E, de acordo com estes novos "agricultores' entrevistados pela reportagem, manter as pequenas hortas domésticas é bem mais simples do que se pensa.

O trabalho está tão difundido que existe site de orientação para quem deseja cultivar a droga em casa. "É só acessar o Google e pronto, não tem como errar, mais fácil que fritar um ovo", diz um dos entrevistados.

A certeza da impunidade na internet é tanta que os "orientadores" chegam a fazer piadinhas, em relação ao cultivo, seguidas de promessas de sucesso na qualidade e quantidade da produção. "Cuide da sua planta como um filho", diz o layout de um dos 30 sites consultados pela reportagem.

Apoio familiar - João, 24, sempre manteve uma relação de diálogo com a família, estudou nos melhores colégios da cidade e, aos 19, já falava três idiomas com fluência. Aos 15, chegou em casa com os olhos vermelhos e achando graça de tudo. Foi o suficiente para o pai chamar para uma conversa séria, daquelas, como dizem por aí: de homem para homem.

"Conversamos por mais de três horas e me senti à vontade o suficiente para assumir que tinha fumado naquele dia pela primeira vez", lembra João. Ao contrário do que esperava, a reação do pai surpreendeu. "Ele me deu uma aula sobre as drogas e deixou muito claro que aquilo poderia estragar minha vida, mas, por outro lado, me confessou que também já havia usado", revelou.

Depois desse papo, João continuou fumando e decidiu experimentar outras drogas. "Provei de tudo o que você possa imaginar, tudo mesmo. Coca, ácido, ecstasy, chá de cogumelo, só não tive coragem de provar heroína e crack, porque fode o cara", diz.

Hoje, passados nove anos desde o primeiro "baseado", ele cursa o 3º ano de psicologia e cultiva cinco pés de Cannabis sativa em uma estufa improvisada dentro do armário do quarto. Segue todas as recomendações e, de vez em quando, faz enxertos botânicos na tentativa de conseguir aumentar a concentração de THC (substância responsável pelo efeito alucinógeno da maconha).

Tudo o que planta, afirma consumir na companhia dos amigos mais próximos e que não vende em hipótese alguma. "Se meter com tráfico é loucura. Só quero relaxar em paz".

Embora João não venda, aproveita a qualidade da produção para promover pequenos campeonatos entre os amigos que, assim como ele, também cultivam a maconha que consomem. As "partidas", como gostam de chamar, são promovidas dentro de casa ao menos duas vezes a cada seis meses. "Tempo de colheita da safra", brinca o produtor.

A competição, pela qualidade da safra, em pouco tempo se transforma em festas regadas a cerveja gelada, maconha personalizada e muita, muita comida. "Haja pizza e esfiha misturadas com leite condensado para derrotar a "larica" da galera?", brinca. Larica é o nome dado à fome decorrente do uso da maconha.

O campeonato foi a maneira que esses jovens encontraram de se divertir ao mesmo tempo em que testavam a qualidade da produção caseira. O vencedor não ganha nenhum troféu ou medalha, apenas o direito de curtir com a cara dos colegas. "É só para tirar onda", ri João.

Legislação - Brincadeiras e tragadas à parte, o cultivo da Cannabis sativa é crime inafiançável. De acordo com o advogado Marcel Almeida, o plantio de vegetais usados para fins alucinógenos é tão grave quanto traficar. Embora a maioria deles não saiba, para a legislação brasileira tanto faz plantar ou traficar que a pena é a mesma. "O indivíduo que for flagrado cultivando maconha em sua residência está sujeito a uma pena que pode variar de 3 a 15 anos de prisão, fora os agravantes", explica Almeida.

O estudante de educação física Tiago sabe disso, mas nem pensa em se desfazer da sua plantação. "É muito melhor eu plantar minha maconha no meu quintal ou no meu jarro, que ficar alimentando o tráfico. Já subi muito em boca, até arma apontada para a minha cabeça já tive. Não quero saber disso nunca mais. Fumo do que eu planto, não vendo. Então, qual o problema?", questiona.

Para o advogado Almeida, "o problema é perder 15 anos da vida trancafiado em uma cela de 8m² com outras 50 pessoas". E aí, qual vai ser?

*Os nomes das fontes são fictícios
Colaborou Murilo Vilas Boas

22 de maio de 2006

Sim, ainda estou a procura.

Música

"Imagina
Hoje à noite
A lua se apagar"
(Chico e Tom Jobim)

20 de maio de 2006

Vai-e-vem

Iguatemi. Essa semana. Fim de tarde.

18 de maio de 2006

The Dreamers

De Bernardo Bertolucci. França, 1968. Simplesmente espetacular. Faz tempo que não assistia nada tão interessante. Conheci por indicação de Lu Moherdaui. Excelente dica. E bom mesmo é, depois do filme, assistir o doc que vem no dvd. Tem lá na GPW. Vale muitíssimo a pena. Alguém aí sabe do que estou falando?

17 de maio de 2006

Baianando na copa

Atenção blogueiros, curiosos e demais internautas!
O Baianando já tá com os dois pés fincados na Copa.
Até ganhei participação especial no layout.
Vão lá ver.

P.s.: Tão em busca de freelancer. Mas Dona Guilhermina de la Plata, a patroa, já avisou: o salário é baixo. Cuidado, ela é braba. Mas o qué que tem? Júnior, o estagiário, adora!

Dois reis






Salve, salve!
1980, que foto!!!
Declaro-me fã
dessa dupla imbatível.
Graças a eles,
a vida fica mais harmônica.
Pesquei da Trip nº 144, mas não sei quem é o fotógrafo

16 de maio de 2006

Jogos mortais III

SAW REBIRTH. Quadrinho que volta no tempo e explora os eventos que incitaram a transformação do pacato John no monstro Jigsaw. Escrito por Kris Oprisko e arte-finalizado por dois brasileiros - Renato Guedes e Werbeson Santiago. Veja aqui.

Previsão do tempo

"Uh, uh, tava lá no informe
O mar amanhã vai tá stormy
Eu vou meter a bola onde a coruja dorme"
(U-informe, Black Alien)

Jogos mortais II

Mais sangue, angústia e um final sem fim.

15 de maio de 2006

Quadrado mágico

"O critério é não ter critérios". Parreira filosofou, falou com pompa de presidente em rede nacional. O show nos noticiários seria exclusivo dele caso não fosse os ataques do PCC em São Paulo.

Jogos mortais

Sangue e angústia na session domingo à noite.

Cinza

Domingo, chuva de novo.
Dias das mães. Flores.

14 de maio de 2006

Amarelo

Fez sol! E Forte.
O mar? P-e-r-f-e-c-t! Longe da cidade...
Uma surpresa, na verdade.
Formação estilo caixão, com direito a tubos e mais tubos. Contei sete. Fora um quase tubo...
Mar barril. Barulhento. Só vacas...
O céu? Per-fei-to! Luz branda no azul-menino.
Por falta de sorte, o registro ficou apenas na mente, compartilhada no lero com os amigos.

13 de maio de 2006

Guerra!

"Nossos sistemas vitais estão mais tantãs que radar iraquiano em noite de bombardeio americano", Carlos Nader para Revista Trip nº 143, referindo-se ao excesso de informação e expansão dos meios de comunicação.

Pichação

"Se você não está confuso está mal informado"

12 de maio de 2006

Parabéns, Rosana!

De improviso. Foi exatamente assim que essa foto nasceu. O registro de três sorrisos sinceros. Afinidades... saudade!
Feliz aniversário para a baianúcha que mora em meu coração.

Surf ao vivo

Confira!!!
Vale a pena.
Billabong Pro Tahiti 2006 ao vivo de Teahupoo.
Hoje, tubos insanos a dois palmos da bancada de coral.

10 de maio de 2006

Bola fora

Pirajá. Semana passada, não lembro o dia.

Sala de aula

Colégio Francisco Conceição Menezes, Cabula. Infiltração na rede elétrica. Ontem, 13h38.

6 de maio de 2006

É o seguinte...

"Três papéis eu não faço"

5 de maio de 2006

!!!!!

Precisava terminar em pancadaria o futebol (Corinthians 1 x 3 River Plate) ?
Que ignorância!

Parabéns, Di!








Gostaria que
muitos tivessem
as suas virtudes.
Felicidades
hoje
sempre
e depois
e depois...

4 de maio de 2006

2 de maio de 2006

Chapada

Pois de tudo fica um pouco. Fica um pouco de teu queixo no queixo de tua filha. De teu áspero silêncio um pouco ficou, um pouco nos muros zangados, nas folhas, mudas, que sobem.
Ficou um pouco de tudo no pires de porcelana, dragão partido, flor branca, ficou um pouco de ruga na vossa testa, retrato. Se de tudo fica um pouco, mas por que não ficaria um pouco de mim? no trem que leva ao norte, no barco, nos anúncios de jornal (...) E de tudo fica um pouco. Oh! Abre os vidros de loção e abafa o insuportável mau cheiro da memória. [Resíduo, Carlos Drummond de Andrade]