25 de dezembro de 2007

As atividades desse blog estão suspensas por tempo indefinido. Um dia eu volto. Acho.




No fundo do poço sem fundo
Brilha um clarão azulado
Todo segredo do mundo
Nesse clarão tá guardado






Eu vou ficar quietinho...
eu vou ficar no meu canto.









2008!

Eu vou buscar alguma coisa pra gente tomar
Alguma coisa que nos deixe diferentes
Eu vou atrás de alguma coisa que devagarinho
Desfaça todos pensamentos que vivem na sua mente
Eu vou atrás de alguma coisa que nos deixe estranhos e contentes
E que nos faça chorar de rir de uma forma inocente
Alguma coisa que nos deixe falando, sorrindo e rangendo os dentes
Alguma coisa para relaxar, pra que a cabeça não esquente
Alguma coisa um pouco mais pra frente




Músicas de Wado e Realismo Fantástico

19 de dezembro de 2007

Baseado em fatos reais

Prefiro a dor da separação a falsa felicidade de um amor de ilusões. Um milhão de vezes chorar a realidade dura e seca a viver anestesiada em um sonho débil. Difícil sim, é verdade. A ilusão traz conforto. Mas, do que adianta? Convém respirar fundo. Amor partido dói de forma rara. Respire de novo. Espere. Respire. Lágrimas secam. E o gozo florece a cada nova estação.

18 de dezembro de 2007

O que me tranqüiliza
é que tudo o que existe,
existe com uma precisão absoluta.

Clarice Lispector

16 de dezembro de 2007

Festival 5 minutos - OS PRÊMIADOS

1º Carro de Boi [Nicolas Hallet Ba]
2º L.E.R. [João Angelini DF]
3º Pega, mata e come [Carlos Pronzato Ba]

Júri Popular: Meninos [Ernesto Molineiro Ba]

15 de dezembro de 2007

Festival 5 minutos - 4ª noite

Sala Walter lotada. Acabei assistindo a mostra competitiva na Alexandre Robato, do lado. Perdi Pega, mata e come, Por baixo do pano, Quero sangrar em cima de você, Recuperando a inocência e Sambadeiras do Recôncavo. Todos baianos. Apreciei a fotografia de Sensações contrárias (BA). Ângulos bem trabalhados. Fresta de portas, corpos cortados. Planos afastados. Enquadramentos criativos sem desfocar o elemento principal. Todos foram para a lua (RS) traz depoimentos engraçados de pessoas que foram morar lá... na lua. Trilha ecológica (BA), animação. Uma sucessão de paisagens sonoras em pixels. A trilha sonora de Um cineasta à procura de seu filme (SP) me causou uma certa agonia. Soou feito música de videogame e me pareceu mais veloz que a história. Tatiana e Vazio (RJ), ambos de Diogo Fonte e Flávia Monteiro, mostram conflitos existenciais. Têm seus méritos, mas não bate muita onda em mim. Questão de gosto. Prefiro Preparação para o nêgo fugido (BA), dos mesmos diretores de A infância de Anastácia, que passou na 1ª noite [Cau Marques e Marília Hughes]. Documentário etnográfico sobre um folguedo de mais de um século de existência, vivido por homens da comunidade de Acupe, distrito de Santo Amaro da Purificação, Recôncavo baiano. O curta mostra como a comunidade prepara as fantasias confeccionadas com folhas de bananeira. Carvão no rosto e lábios pintados de vermelho. Chapéu de vaqueiro, colete de couro, espingardas e muita lambança completam a indumentária dos capitães do mato. Esse ano fotografei uma apresentação do Nêgo Fugido no Solar do Unhão. Impressiona pela força da tradição, passada oralmente a cada nova geração. Quanto ao doc, vale a pena assistir. Recomendo. Roteiro e fotografia bem apurado. Teve também outro doc, Veras (BA). Biográfico. Sobre Divaldo Angelin Veras. Nada de encher os olhos na concepção artística, mas vale conhecer a história desse sujeito, ex dono de boate, ex produtor de artistas internacionais, ex bon-vivant. No curta, um retrato do fim da vida, pobre e caquético num quarto em Ipiaú.

Depende da hora,
Da hora, da cor e do cheiro
Cada cor tem o seu cheiro
Cada hora lança sua dor
E dessa insustentável leveza de ser
Eu gosto mesmo é de vida real

Nação Zumbi

13 de dezembro de 2007

Festival 5 minutos - 3ª noite

O BARATO DO VOVÔ

Felipe Antoniolli 1:30 2007 Canoas-RS

Esse foi um dos vídeos da 3ª noite do Festival Nacional Imagem em 5 Minutos. Gostei do curta gaúcho. Talvez mais pelo tema [maconha], nem tanto pelo argumento. O entretenimento da noite. Arrancou risada generalizada da platéia presente na sala Walter. Mas bom mesmo foi Meninos, de Ernesto Molinero. Ficção sobre a jornada de um garoto não-popular no colégio. História criativa, bem bolada, focada no drama do personagem. Os atores surpreendem. Direção de fotografia aponta para ângulos interessantes, principalmente nos planos de passagem. Bem montado. Dos exibidos até agora, elejo Meninos para o páreo da premiação.

Outras quatro animações foram apresentadas: Mapinguari, o protetor da floresta (BA), Mercúrio (MG), No museu (RJ) e Os três porquinhos (RJ). O primeiro e o último me interessaram, o do meio não entendi e o terceiro achei de mau gosto. Não me sinto habilitada a falar tecnicamente de animações, portanto me limito ao achismo das minhas preferências subjetivas. No Mapinguari gosto da história em si. O homem voraz predador versus o protetor da floresta. Situação nada extraordinária, porém bem contada. Os três porquinhos é uma adaptação da história infantil à realidade brasileira. Na metáfora, o lobo mau é a justiça e os porquinhos, elementos podres da sociedade. Mercúrio realmente não entendi. Sei que é o drama de um homem na fronteira entre o sonho e a realidade, e...? Acho que pára por aí. Já No Museu, na minha singela opnião, não deveria ter sido feito. Acho deselegante propostas artítsticas que reforçam o estigma do "jeitinho brasileiro"... "farra"... "samba"... "e zombaria".

Maison Guilda (BA) é um videoclip com a música Salão de Beleza, de Zeca Baleiro. Maria das Cabras (BA) é vivo. Um funcionário da Conder chega para desapropriar a residência de Maria, uma área de invasão em Pituaçu, e é recebido a facão. No fim somos todos caixas (BA) é tímido. Nossa Paixão (SP) e Notícias para uma moça lá do norte (BA) têm coisas em comum: embora bem produzido e bem montado, não seduz, beira o clichê.

12 de dezembro de 2007

Festival 5 minutos - 2ª noite

Não vou nem em estender muito. Cheguei atrasada, peguei o bonde andando. Só vi a partir de Chapada Velha, o terceiro a ser exibido. Fui pra ver Cinema Velho, de Lucas Fróes, com imagens de Vítor Pamplona e Desmandamento do cinema, de Zezão, com entrevista de Regina Bochichio. Todos coleguinhas de A Tarde. Jornalistas arriscando no audiovisual. É bom prestigiar o trabalho dos colegas de profissão. No geral, gostei mais de ontem. Os vídeos tinham mais ritmo. Alguns com cena de impacto, além de histórias mirabolantes. Hoje foi tudo muito morno.

11 de dezembro de 2007


Detalhes aqui.

Festival 5 minutos - 1ª noite

Meus dedos coçam para tecer comentários sobre os curtas exibidos na estréia do XI Festival Nacional de Vídeo Imagem em 5 Minutos. Atitude um tanto suspeita quando se tem um filho entre os selecionados. Até cogitei ficar na espreita, aguardando o veredicto final, mas... vamos lá. Adianto que o espaço não é muito democrático. Se está a procura de críticas isentas, com análises técnicas, sugiro leitura de um blog ou site especializado em cinema que esteja cobrindo o festival. Por aqui vão circular comentários baseados nas tendências e preferências da autora. Pois então, a noite:

Expectativa generalizada. Dava pra perceber no burburinho que rondava o foyer da sala Walter antes de começar a mostra competitiva. 50 selecionados. Alguns mil reais em prêmios. Toda estréia amarga a euforia de desconhecer o que está por vir. E por lá passaram bons curtas no telão. COm direito a platéia reagindo ao final de cada projeção. Cheiro de prêmio no ar.

Vou começar pelo mais aplaudido - As fitas malditas do padre Pinto (BA), de Daniel e Diego Lisboa. O vídeo é algo. Impactante. Mas como não? É padre Pinto com o colhão de fora, rosto pintado, guias no pescoço e uma lata de cerveja na mão. Precisa de algo mais pra causar uma reação eufórica nas pessoas? Pois não pára por aí. Uma sucessão de palavrões ao falar sobre a infância, o carnaval e a vida no seminário. Coisas do tipo: pergunta o diretor - Como foi a sua infância? "Podre. Chupei a rôla do meu pai. Uma rôla linda". Ou então: "Quinta-feira mulheres chupam buceta (...) sexta-feira santa viado come cú". É por aí que vídeo segue. A reação da platéia me fez lembrar o Império do Grotesco, de Muniz Sodré. Satisfação ao ver a estética da cintura para baixo, que é também a estética do carnaval, dos jogos populares, do circo, da feira. Diferente do juízo de gosto voltado para o sublime, para o homem da cintura para cima, o olhar para o céu. O grotesco não quer a elevação. É o contrário do barroco. Funciona por catástrofe, um escândalo que motiva risadas, mesmo que seja uma risada distorcida e nervosa. Questiono a validade desse tipo de estética. De qualquer forma, é festival e de tudo é bem-vindo. Cabe a cada espectador fazer a sua aposta. Essa definitivamente não é a minha. Até mesmo porque é a contra-mão de A Mina de um povo (BA), o nosso rebento. Ouso compará-los pelo fato de serem da mesma categoria - documentário. A mina... tem pé na atualidade, traz um pedaço da Bolívia de Evo Morales com destaque para a extração de minério, um dos pilares da economia boliviana. Viés sócio-político. Feito por jornalistas que buscam fugir da cobertura da América Latina feita pela grande mídia. Detalhes do curta aqui. Além do propósito diferenciado, A mina... brinca com a linguagem cinematográfica. Estética bem apurada, ritmo na troca de planos. Cores e áudio bem definidos.

Na verdade, os documentários reinaram na estréia do festival. O primeiro a ser exibido, 500 mil volts (RJ), sobre os homens que fazem a manuntenção dos cabos de energia. Fotografia no padrão Globo de jornalismo. Todo bem enquadrado, certinho. Narração em off. Me parece que faltou um pouco de pimenta na edição para passar com mais afinco a idéia de que o serviço é de alto risco. Algo que tirasse o fôlego de quem assiste. Será? Talvez seja isso.
Gosto de A infância de Anastácia (BA). Outro doc. Só que biográfico. O vídeo é exatamente o que diz o título. A memória de dona Anastácia, contando os tempos de quando era menina. Senhora simpática, arrancou simpatia da platéia. Traz imagens interessantes de aquivo, do cinema de Leon Rozemberg, anos 50, se não me engano.

Mais doc: A marcha (BA), sobre uma marcha de mais de três mil integrantes do MST, estrada a fora rumo a Salvador. Imagens bacanas, mas... delize fatal no off. Texto com metáforas, com destaque para elementos subjetivos. Tentativa de fazer algo artístico, mas termina sendo redundante e pouco poético. Banquete (BA). Etnográfico. Membros de uma tribo em Moçambique dissecam um elefante. É legal porque é sempre bom ver um pouco de outro país, outra cultura, outros rostos. E a África é muito fotográfica. Porém, ao espectador, sobram perguntas no ar: trata-se de uma tradição local? Mataram o bicho por maldade ou apareceu morto e resolveram aproveitar a carne? Contexto pouco abordado, acaba deixando a narrativa perdida. Berengudê e a panela de pressão (BA), esse tá no estilo vídeo-reportagem. Um microfone de programa de tv aparece junto com cada entrevistado. É sobre uma rádio poste no Garcia. História curiosa, personagens bem humorados. Peca na edição. Parece trabalho de faculdade feito as pressas no final do semestre. Precisa mais requinte para concorrer a prêmio. E o último doc: Berço esplêndido (BA). O clichê. Sobre catadores de rua. Muito vitimizado. Os pobres coitados excluídos da sociedade capitalista, consumista, ó monstro abominável. Hino nacional tocando ao fundo. Menos, né? Foi-se o tempo em que esse discurso convência. A realidade é um pouco mais além. Lembro de uma matéria que fiz no início do ano com Vítor Pamplona. A Prefeitura construiu umas casas para abrigar moradores de rua. Dois quartos, cozinha, banheiro, tudo zero bala. Seriam os primeiros donos. Forneceu ajuda financeira, uma espécie de mesada. Fomos lá fazer matéria. Não pra mostrar a boa ação da prefeitura. Mas porque a assistente social estava desesperada: eles preferiam continuar na rua. Antes de vitimizar, não dá pra esquecer que há excessões. Nem sempre mendigância está relacionada a exclusão social. Passa pelos confins sombrios do psíquico também.
E finalmente as ficções: Bar (BA), Batateogonia (SP) e Bolachinha de goma (BA). O curta paulista foi "o" filme da noite. Engraçadíssimo. Muito bem bolado. Bem editado - uma mistura de vídeo, fotografia digital, colagens. Não sei de onde brotou tanta criatividade para traçar a criação do universo com o Gênesis e a tecnologia, sendo a deusa geradora de todos nós a Elma Chips. Só vendo pra crer, é diversão garantida. Bar é um vídeo perdido. Não mostra pra que veio. Bolachicha de goma tem trilha muito altro astral, embora a história seja também fraquinha, fraquinha.

10 de dezembro de 2007

Festival 5 minutos - estréia

Equipe do Projeto Bolívia convida para a estréia do curta A mina de um povo. Onde? Na 1ª noite de exibição dos vídeos da mostra competitiva do Festival Nacional Imagem em 5 Minutos. Sala Walter da Silveira, às 20h. Terça-feira. Entrada gratuita com direito a vale-voto para eleger o melhor da noite. Bora? Leia a sinopse aqui.

9 de dezembro de 2007

Um olho aberto.
Um ainda num sonho.
Seria melhor um sonho completo, eu acho,
mas realmente não tenho controle sobre isso.

Liesel Meminger

Mero desejo

Às vezes, gostaria de ter o poder mágico de segurar as palavras com as mãos, amassá-las e, depois, jogá-las em cima da mesa.

30 anos sem Clarice



"Escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas". Um pouco mais de Clarice I e II.

5 de dezembro de 2007

Divinas & Cruéis



Nove divinas brasileiras quase todas jornalistas
Nove brasileiras jornalistas quase todas divinas
Nove divinas mulheres do Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil estão escrevendo aqui
Sim, quando querem são cruéis

3 de dezembro de 2007

Ai se sêsse 2

Não há serotonina que ajuste o descompasso de uma criatura apaixonada. Ser humano devia nascer com um botão, ao invés de coração.

A passos lentos

Fim de ano. Em minhas orações, sempre peço ao Universo que ilumine os meus caminhos para que eu seja um ser humano forte e sereno. Que a dor seja passageira e a alegria sempre seja senhora da minha alma. Sobriedade para que as minhas reações, principalmente as sentimentais, não sejam desastrosas. Que a luz celestial afaste de mim os pensamentos mesquinhos e que nunca falte amor no meu coração. Compaixão para os que não me desejam o bem. E distância. Que esses fiquem longe, pelo menos por uns tempos, enquanto eu não me torno um ser evoluído o suficiente ao ponto de gostar de quem não gosta por mim. Por enquanto, me esforço no exercício da compaixão. Tem sido o meu máximo. Talvez no final do século 21 eu seja um ser humano melhor. Até lá, creio que essas sejam as medidas básicas para dia após dia seguir a vida numa boa. Nunca gostei muito daquela história “deixa a vida me levar”. Não sou adepta ao pagode. Gosto de fazer escolhas seja no sabor da pizza ou na boca a ser beijada. Não deixo de mexer os meus pauzinhos aqui embaixo, embora acredite que apenas Ele, o Universo, seja o senhor do destino. Respeito a sincronia dos astros e suplico que ao menos sejam graciosos comigo. Estou aberta para 2008. Comparando a 2007, que seja mais brando. Acho que foi o ano mais intenso dos últimos tempos. Relações a flor da pele. Alguns com muitas palavras, outros com menos, mas, no geral, muita turbulência e pouco silêncio. Não só para mim, mas para muitos que estão ao meu redor. Pude constatar com a convivência. Momentos felizes, sim. Muitos. Alguns, inesquecíveis. Projetos concluidos, sim. Perdas, sim. Bens adquiridos, sim. Coração cretino, sim sim sim. 2008, que seja um bom ano para todos nós.

Ai se sêsse

"Se um dia nois se gostasse
Se um dia nois se queresse
Se nois dois se empareasse"

Zé da Luz e sua rima nordestina
Eu e os meus suspiros

2 de dezembro de 2007

A data

Nasce o dia do samba (1963), Seo Ari (1951) e a tv digital do Brasil (2007)

1 de dezembro de 2007

Beleza pura!

Se tem uma coisa que gosto é praia. Hoje, no Flamengo.