23 de setembro de 2006

Eis aqui uma questão

Mais uma vez, cá com meus botões, me peguei a pensar: sou paciente ou não? Pensei, pensei, pensei, revirei e pensei. Na verdade, ainda estou pensando... no gerundio mesmo, ação não concluída. Às vezes sim, às vezes não. Depende da circunstância, depende dos envolvidos. Depende do humor, olha, depende muito do meu humor. Depende do número de vezes que o fato se repete - como ter paciência com aquilo que já pedi pra não fazer? Depende do quanto gosto da questão e tem ainda o lance de identificar o objetivo.

Sou paciente para ouvir o que você tem a me falar, mas posso não ter paciência para te aceitar. Sou paciente como seus 40 minutos de atraso, afinal, também estou atrasada, mas certamente não tenho paciência para suas firulas, aquelas que aparecem justo quando mais preciso de você. Sou paciente para amar, porque amor é uma coisa que parece não ter fim e é melhor aceitar a negar, mas posso ter pressa pra me livrar até mesmo de você. E comigo? Ah, comigo mesma eu não tenho paciência alguma. Prefiro ser paciente com você.

Com tantos "poréns", resta-me assumir que paciência nunca foi o meu forte. Quero porque quero e tem que ser logo, pra ontem. Agora. Quero porque penso que ficarei satisfeita. Quero porque acredito que esse é o caminho. Quero porque é bom, porque facilita, porque é gostoso, viável, porque seria o ideal. Por isso e por aquilo outro, eu quero. É feito papo de criança mimada, mas alguém há-de concordar que vontade é uma coisa difícil de frear.

Não tive paciência para repetir o vestibular: mudei de esquina. Não tive paciência com berros insanos: fui demitida. Não tive paciência para cachorros: criei gatos. Não tive paciência para matemática: apostei nas letras. E mesmo das letras cansei: fui para as imagens. Não tive paciência com os búfalos: fui de bicicleta. E cada vez que me falta saco para ouvir tolices: me afasto.

Sei que paciência é divino, algo importante de exercer. Sei que do meu lado tem alguém que conta com a minha colaboração mas ... ... ... (paciência). Sei que quem tem de sobra vai longe e ainda por cima não se atravanca com pequenas bobagens. Quer dizer, saber de verdade eu não sei não. Sei da boca pra fora: sei que é preciso, mas não sei ser. Só sei que quando o simples se torna difícil, me dói no juízo. Isso sim eu sinto e sentir é outra coisa difícil de entender. Mas vamos lá... paciência.

6 comentários:

Parabola Volat disse...

Tassinha,

é uma pena que o dom da palavra tenha tão pouco valor nesse mundo de meu Deus... e que tão poucas pessoas sejam capazes de se emocionar, de serem tocadas (pelas palavras) 'no oco sem beiras' que temos por dentro. Mas menina, tu escreve como um dionísio... quem dera o seu querer pudesse ser ouvido/lido por aqueles que dizem amém.

beijos

Juli

PEDRO disse...

paciencia tassinha, paciecia....

Anônimo disse...

Amarela, quanta saudade... vc não imagina (ou melhor, acho que imagina sim) o quanto vc faz falta... minha parceirinha querida!

Acho que a gente deu certo porque eu sou paciênte, ne? Sou chato, ansioso, mas sou paciênte...

Mas não encare as suas mudanças de rumo como uma simples falta de paciência com determinadas situações... acredito que sejam os caminhos que vc vai encontrando e vai avançando, e não fugindo...

vc é forte, minha amiga, e vc é capaz... não há falta de paciência no mundo que vá te deixar distante do seu destino, do seu sonho...

um beijo grande... saudade enorme!

seu amigo para sempre!

tássia disse...

Pois é, Juli. Você acertou... sou drama e com bastante vinho, rs.

Pedro: apareça mais! saudade...

Sem dúvida, Bitinho... sua paciência já me salvou várias vezes, rsrs. Olha, esse lance de vc morar longe tá foda... não tô produzindo direito. Vamos articular umas conferências!!! Beijão, saudade!

Anônimo disse...

Muito bom, Tassinha!!!
Talvez a idéia seja não ter paciência mesmo... quem sabe? Já pensou como seria o mundo se todos fôssemos pacientes? No mínimo, um tédio, todos a espera do momento certo, da resolução...

tássia disse...

(risos) Ah, Clarissinha você é uma figura.