3 de dezembro de 2006

Idéias grifadas

Amigos, colegas de trabalho e demais conhecidos que têm costume de pegar emprestado [ou levar de presente] meus livros e revistas certamente estão acostumados a encontrar rabiscos entre as páginas. São setinhas, fios traçados, balõezinhos, colchetes... enfim... desde o ginásio tenho mania de sublinhar palavras, frases, parágrafos ou trechos de textos. Nem página de jornal escapa! É como se fosse um recurso automático: começo a ler e imediatamente me agarro a uma caneta. Quer dizer, de preferência a um lápis, porque daí é mais fácil apagar caso seja necessário. Mas é justamente pra marcar, destacar, registrar que aposto nos rabiscos. Aquelas palavras encaixaram com tanta precisão, com tanta sincronia, fazem tanto sentido, dizem tanto sobre aquilo que eu tanto queria saber, que cerca-las com rabiscos é apenas uma tentativa de prendê-las em formato original na minha mente. Porque uma coisa é falar sobre o assunto, outra coisa é falar daquela forma [genial] sobre o assunto. Acho que é uma mania que tomou conta de mim, inclusive. Parece que a idéia só fixa, só gruda na mente, quando passo a ponta do lápis debaixo das letras. Uns dizem que é mau hábito, mas esse papo de livro ser objeto intocável não me convence. Alego que faz parte da minha eterna vontade de compartilhar idéias - a qualquer hora posso abrir o livro e encontrar com facilidade aquele trecho fascinante. Mas, na verdade, é mais do que isso. E não é que agorinha mesmo, navegando na internet, encontrei o Alex Castro dialogando justamente sobre isso. "O processo de leitura é sempre recíproco: um livro que não foi marcado é um livro que não marcou seu leitor". Concordo plenamente.

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