17 de março de 2007

Insone

Isolados no Olimpo, artistas sofrem como qualquer mortal. A diferença é que da angústia brota arte. Chico não sabe dormir. Principalmente a seco - embora declare não ser viciado em ansiolíticos. "Simplesmente não dá, você deita e não consegue". Não sei o que é isso. Sou daquelas que deitam e apagam a qualquer hora do dia. Agora mesmo estou tumbiando de sono por ter passado boa parte da madrugada plugada ajeitando este blog. E uma noite perdida me cai como um raio na cabeça. Mas os Olhos Verdes ficam abertos noites a fio... aí vem um verso... um lembrança da infância com uma melodia chilena cantarolada pelo pai... um pouco de vinho... um rabisco perdido na mente agonizante... mais um gole de vinho. As horas passam... passam... a segunda garrafa está prestes a secar... a falta de conclusão torna o trabalho obsessivo. "Para começar a escrever uma canção não precisa de um motivo forte. O motivo às vezes não é forte em si, mas acaba se tornando forte pela obsessão. Me questiono: O que eu faço com isso? Tenho de fazer uma música. Mas não sei por que aquilo apareceu na minha cabeça. E não sossego enquanto não transformar em canção, em verso", explica. Enfim, o dia amanhace. Chico padece. "Não sei como se faz para dormir". Explicado o grande charme do poeta: o par de olheiras eternamente gravado debaixo do par de contas verdes.

Nenhum comentário: