15 de julho de 2007

Mistério

Já fui apegada aos meus sentimentos. Apego no sentido mais literal da palavra. Fui daquelas que diante de uma ligação afeituosa, principalmente quando brotava afeição gratuita, debruçava-me em dedicação banda larga ao ser amado. Vale o mesmo para as causas amadas. A idéia de rompimento me causava pânico. Águas passaram, pontes ruíram. Onde havia amor, passado rancor, brotou vazio e do pedaço de terra seca, com um pouco de água, germinou semente. Fato é: o fim de um relacionamento é tão misterioso quanto o início. O coração tem lá suas razões, banais ou não, reais ou ilusórias. Pra mim sempre foi necessário explicações. Sempre quis entender os meus amores do fim ao princípio. Exatamente nessa ordem porque de início, mesmo quando não vinham flores, sempre sobrava magia capaz de dispensar qualquer teoria. Fui apegada e, paradoxalmente, ainda sou por mais que me esforce em negações em cada linha deste post. Só em tempos de ressentimento consigo cultivar o desdém. O que se é por natureza não muda. Mas só por teimosia repito: fui. E por terapia digo: hoje tenho apego a mim, à minha existência. Não por súbito ataque do ego, mas por estar convicta de que ninguém mais no mundo é capaz de cuidar com afinco e dedicação da nossa alma a não ser nós mesmos. Fora isso, antes que alguém se assuste, resta aqui, dentro de mim, uma fresta no muro das emoções, onde a qualquer momento uma nova paixão pode ser riscada por um rastro de luz... ... ... "mistério sempre há de pintar por aí".

6 comentários:

Anônimo disse...

aiai menina...tão cedo...tão lúcida...ainda bem que resta a fresta..qaue ela se torne um buraco! bj

Juliana disse...

Putzzzzzzzzzzzzzzz, que texto filadaputa de bom... KKKKKKKKK, adoro te ler... esse vou clonar inteirinho por meu blog, posso????

beijos

Anônimo disse...

Pró, acho que eu seria menos lúcida se vivesse cercada de pessoas lúcidas. Mas no meu raio de atuação só passam os insanos, os devastadores, perfeitos tratores de pisotear o chão. Deve ser karma, atração ou simplesmente permissão - minha, é claro. Pq ô coisa boa é jogar a culpa pro outro. Bom, fazer o que? Pra frear a imprudência alheia, nada melhor que fincar os pés no chão.

Juli, acabei de chegar em casa, adivinha o que trouxe da rua? Le notti di cabiria, hehehe. Não resisti, passei na locadora assim que sai do trabalho.

Beijos nas duas!

Anônimo disse...

Tassinha,

Lindo, perfeito:

"mas por estar convicta de que ninguém mais no mundo é capaz de cuidar com afinco e dedicação da nossa alma a não ser nós mesmos"

Quanto a isso, pode ter a mais absoluta certeza... e nem poderia ser diferente. A gente é que fica querendo "prega" e tenta terceirar esse serviço, transferir o intransferível.

Beijo!

Denis disse...

Lindo! Lindo ...

Anônimo disse...

É Seo Ari, nóis apanha mas aprende!