11 de novembro de 2007

Ele, o gatão

Hoje, a caminho da praia


Bóris é um pouco maior que os demais labradores e isso causa um certo pânico quando ele se aproxima de desconhecidos. No geral, confundem com outras raças e logo associam a um cachorro valente. Hoje mesmo na praia um senhor se aproximou desconfiado. É fila?, perguntou. Não, é um labrador, respondi. Desse tamanho? Com essa pata?, contestou. É. E é puro com pedigree, rebati. Não pode, te venderam misturado, não tá vendo que só o fila tem a pata assim?!, resmungou.

Pois, que engano. Bóris não estava a venda em um petshop. Veio de presente. A ninhada toda saiu assim, robusta. A mãe não só é purissima como é gringa. É canadense. O pai, um varão reprodutor, é daqui das áreas mesmo. Vivem em uma fazenda a beira-mar na Linha Verde.

Safira tem um colega que cria 7, nenhum do tamanho de Bóris. Os de seo Ari também são menores - embora não menos belos. Filha e genro já comprovaram. Luisa, minha prima, tem um amarelo, que também se chama Bóris, mas é mirradinho. Luciano, o veterinário da UFBA que acompanha o crescimento de El Terrible, foi o primeiro a avisar que ele é fora da regra. Desde os quatro meses, Bóris já apontava além da conta. O adestrador, um rapaz chamado Prazeres, dono de uma casa de produtos veterinários e adestrador da Polícia Militar, disse ter visto um assim apenas uma vez na vida. Bóris é o segundo em seus mais de 10 anos de experiência com cachorros.

Mas não é pra contar vantagem que destaco tudo isso. Pelo contrário. Por ser alto, Bóris não pode comer com o prato no chão. Se enverga muito, pode dar dor na coluna com o passar do tempo, advertiu o adestrador. Resultado, papai providenciou um apoio pro prato. Em carro duas portas, não gosta de entrar. O espaço para passar pro banco do fundo é pequeno. Só gosta de quatro portas. No sofá, tá proibido de sentar. Não sobra espaço pra ninguém. E na praia, quando ele passa, todos se afastam.

Às vezes fico com dó. Hoje mesmo, todo curioso, doido pra se aproximar das pessoas. Queria correr, queria roubar a bola do frescobol, implorou pra ficar sem coleira. Mas fazer o quê, né. Não dá.

E eu, com o máximo de cuidado, procurei um sombreiro afastado pra não importunar ninguém, me aparece um poodle micro-toy branco, solto e ousado. Parecia uma punça andante. Saiu não-sei-de-onde pra provocar Bóris, que, por tabela, levantou de prontidão quase derrubando a mesa de plástico. Enquanto o poodle latia, Bóris o olhava com ar impaciente. Não rosnou nem latiu nem avançou mas também não recuou. Ficou um clima tenso e eu não tava gostando nada daquilo. Até que me aparece a dona, uma patricinha mais ousada que a cria. Devia ser proibido andar com esses cachorros na praia, disse, cheia de atrevimento. Que pessoa sem noção!, pensei imediatamente. Você que não devia andar com sua pulga solta por ai, fosse um pitbull não tinha sobrado nada, disse.

Fato é que a disparidade de cor e tamanho pedia uma foto, mas minhas mãos tavam ocupadaa segurando o enforcador.

2 comentários:

Dorotéia Sant'Anna disse...

kkkk devia ter deixado ele pisar na pulga!
Viva El Terrible!

Anônimo disse...

Tassinha,

Quem sabe eles não são parentes. A mãe de Faruk e Bóris também é canadenseachoo que é a Diana Kraal ou a Celine Dion, uma ds duas). No pedigree todos tem o primeiro nome ANGUS. ANGUS isso, ANGUS aquilo. Não lembro mais os nomes dos meus ANGUS (Né angu, não hein - é papa fina).Agora são Bóris e Faruk Barbosa Coelho. kkkkkkkkk!!!
O pai deles que é chocolate igual ao meu Bóris, também era enorme, um gigante assustador. Besta que só.
Agora, se eu fosse você, com a mijada da Pat, soltava o cachorro e gritava: "Pega Rex!" rsssssssssss