5 de novembro de 2008

Ô bama...

Um dia vou contar aos meus netos que, aos 24 anos de idade, quando meu coração cambaleava no ritmo da crise mundial, um fim de ano onde tudo parecia estar perdido, vi os Estados Unidos elegerem um presidente negro, filho de um queniano. Um presidente improvável até mesmo no nome de batismo: Hussein. Nascido no Hawaii, pegador de jacaré ainda por cima. Um presidente que, pela primeira vez, contou com a simpatia de Fidel. E vou ajeitar os óculos na ponta no nariz pra dizer que foi um grande dia, com muita gente mobilizada, a começar pela mídia que fez o favor de propagar um tsunami de euforia. Pois embora a disputa fosse lá em cima, na América do Norte, onde o Mickey mora, uma potência distante sustentada por nós, subdesenvolvidos, uma aura de comoção e esperança embriagou até o confeiteiro da padaria de Ondina. Grande feito, finalmente uma família negra na White House. Pelo fim da WASP, pelo momento histórico, pelo recorde de eleitores, pela emoção, pela fé que persiste, meu voto é Obama. Agora quero saber se ele vai mandar tirar as tropas do Iraque e se vai ter um pouco mais de amor por nós, latinos. Ô bama... não me leve a mal... mas meu receio é que tudo termine em samba.

Um comentário:

Bruna Hercog disse...

Muito bom o texto!!!

Pelas terras de Fidel, Tassinha, a expectativa é grande...os cubanos estão esperançosos e tem até aqueles que arriscam apostar nos astros: "ele tem o signo dos grandes guerreiros, é o signo de Fidel!", palavras de Gustavo, porteiro do Centro Martin Luther King, em Marianao, Havana.