7 de março de 2006

Até o fim, cadê Fatboy Slim?

Tássia Novaes,
do A Tarde On Line
Fotos: Haroldo Abrantes, Arquivo Pessoal e Fernando Amorim

Apesar de carregar uma bagagem respeitável - duas indicações ao Grammy 2006 de melhor álbum dance com "Pallokaville" e melhor gravação dance com "Wonderful Night", sem falar nas famosas raves que agitam Brighton, litoral no Reino Unido, onde milhares de pessoas se esbaldam ao som das batidas big beach do DJ mais famoso da atualidade, segundo a revista "Times" - Fatboy Slim fez uma passagem meteórica no Carnaval de Salvador no último dia 28. Sem direito a bis no final do desfile, a apresentação curta desagradou fãs mais exaltados, mas não desanimou a galera que curtiu o som eletrônico dentro e fora das cordas. Muita gente seguiu o Fatboy Slim até o fim do circuito.

À frente do Skol D+, Normam Cook [nome de batismo do DJ londrino] tocou durante pouco mais de duas horas em cima do trio elétrico - tempo considerando insuficiente para os foliões acostumados com cinco horas de axé music embalado pelos blocos do circuito Dodô [Barra/Ondina]. "Pensei que Fatboy ia puxar o trio por mais tempo. Não entendi porque tocou tão pouco já que era atração principal", conta Soraia Menezes, 25, estudante de nutrição. O resto do show ficou por conta dos DJs paulistas Marky e Patife, conhecidos na Europa por se apresentarem em bares de Piccadilly Circus, Londres, e Barcelona, na Espanha, onde inovaram com toque brasileiro a batida drum'n'bass.

Nos 4,5 quilômetros de percurso, Fatboy esteve no comando da pick-up em dois momentos: próximo ao Cristo, na Barra, onde os foliões foram saudados com um show pirotécnico, e em frente ao hotel Cesar Towers, em Ondina, reduto dos jovens que freqüentam o beco mais famoso do Carnaval de Salvador. Dentro do bloco, cerca de três mil pessoas foram ao delírio ao som de "Wonderful night", "Right here, right now" e "Rockafella Skank" entre outros hits famosos. E, se no castelo francês - onde o Fatboy botou o som para seletos convidados que compareceram ao casamento de chantilly do ex-casal Ronaldinho e Cicarelli - duas horas de som eletrônico foram suficientes para animar a festa, quem estava em Salvador pediu um pouco mais. "Foi uma honra curtir Fatboy, pena ter terminado tão rápido. Tinha de ter tocado o percurso inteiro, porque é um som inédito na Bahia", reclama a estudante Maria Prates, 18.

Agito - Para quem assistiu à festa de fora do bloco e até então desconhecia o ritmo da balada eletrônica, a repercussão foi positiva. "Fiquei impressionada, todos dançavam ao mesmo tempo sem parar, com muitos pulos. As pessoas acenavam para Fatboy, pareciam que todos estavam doidos", brinca a empresária Eliene Junqueira, 42, referindo-se à dança incessante dos foliões de abadá que permitiram ter corpo e mente tomados pela batida eletrônica. Mas, apesar do frisson, era preciso se esforçar para realmente se sentir numa rave. O excesso de luz e o som baixo resultaram em árdua tarefa para quem está habituado a curtir mais de 12 horas de música eletrônica em ambientes sem holofotes e com som potente, um cenário bem diferente da avenida Oceânica na terça-feira de Carnaval. Do carro de apoio, quase não era possível ouvir o som das pick-ups.

Reclamações à parte, há quem aposte que o Skol D+ com Fatboy Slim foi o desfile mais animado do Carnaval. "Só tinha gente bonita, as pessoas estavam em ecstasy", aprova a foliã Jana Dias, 27, que veio de Aracaju apenas para curtir o som do DJ londrino. A empolgação foi tanta que alguns foliões sem abadá aproveitaram o descuido dos cordeiros e da organização do bloco e brincaram horas a fio dentro da corda como se fossem associados. "Acabei de ser contratato, terminei o defile do Ara Ketu e vim correndo para a concentração, mas ainda falta gente na corda", conta um cordeiro que preferiu não se identificar. Além dos baianos, boa parte do público pagante era formado por turistas paulistas, australianos e argentinos.

Lá do alto, Fatboy parecia estar bastante animado com sua performance no carnaval baiano. Pela primeira vez no comando de um trio elétrico, o DJ londrino fez questão de cumprimentar com buzinas em punho os foliões que acompanharam o bloco. Slim até apostou alguns passos de dança ao ritmo dos colegas Marky e Patife que puxaram o som com direito a uma versão estilizada da canção "Carolina", composição de Seu Jorge.

Antes de vir a capital baiana, Fatboy marcou presença no eixo Sul-Sudeste. Fez shows em Maresias, litoral paulista, Balneário Camboriú, em Santa Catarina, Belo Horizonte e Brasília. No aeroporto internacional de Salvador desembarcou vestido com uma camiseta verde-amarela da seleção brasileira com seu nome estampado nas costas, semelhante a que usou em cima do trio e fez questão de avisar à imprensa presente que não tocaria axé music.

Aos que resistiram a 120 horas de folia durante os cinco dias de Carnaval que antecederam a noite com FatboySlim restou se contentar com uma festa sem direito a bis, apesar dos pedidos calorosos dos fãs, que terminou por volta das 4h30 da madrugada, antes mesmo de os primeiros raios de sol iluminarem a avenida.

3 comentários:

Anônimo disse...

Eu q o diga, quer dizer agente né tassinha....!!! Como a galera anda dizendo faStboy slim, mandou bem mas muito rápido. Nos restou sorrisos em casa....

tássia disse...

Fassssssssssstboy!!!! So fast!!! Tutstutststus. É vem a aurora :-D

Anônimo disse...

Risos. Adorei os comentários. Foi fast mesmo...