Canabidiol, o fruto bom da maconha
Tássia Novaes,
do A Tarde On Line
Se você é usuário de maconha, trata-se de um drogado fora-da-lei. É dessa forma que se enquadra o uso da Cannabis sativa em território nacional, de acordo com a Lei de Entorpecentes 6.368, de 1976. Proibição semelhante ocorre nos seis continentes habitados pelo homem. Exceção mesmo só na Holanda, onde a maconha é vendida legalmente em bares e restaurantes, e no Canadá, onde o parlamento aprovou a descriminalização. Ou então em uma viagem no tempo, há cinco mil anos, quando a maconha era amplamente consumida entre os chineses. Para os outros mortais, desde o início do século XX, predomina a denominação pejorativa da planta ilícita mais consumida nos últimos tempos. Segundo estudos da Universidade de São Paulo (Usp) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o uso da cannabis para fins recreativos perde apenas para o consumo de álcool e tabaco.
Agora imagine que um novo referencial está a caminho. O fruto proibido está preste a ganhar espaço de destaque na prateleira da farmácia mais próxima de sua casa. Manipulada em laboratório ? processo que nada tem a ver com os efeitos típicos do cigarro ? a cannabis dá vida a duas substâncias com grande potencial medicinal. O delta-9-tetraidro-canabinol, famoso THC, conhecido por proporcionar o ?barato? de quem fuma com o intuito de captar o poder aluginógico, e o canabidiol, extrato que pode constituir até 40% da planta. Diferente do THC, o canabidiol é um ansiolítico (espécie de tranqüilizante utilizado para amenizar a ansiedade) tão eficaz quanto medicamentos sintéticos como o Diazepam. E o melhor: não causa dependência
Pesquisas realizadas nos Estados Unidos, Brasil, Inglaterra e Austrália mostram que o canabidiol pode proteger o sistema nervoso central, ampliando a sobrevida dos neurônios além de ajudar a deter inflamações e controlar a pressão arterial. Há indicações de que o canabidiol possa ainda bloquear o crescimento de tumores no cérebro. Da junção com THC em proporções iguais saiu o Sativex, medicamento desenvolvido pelo laboratório inglês GW Pharmaceuticals, utilizado desde 2005 no Canadá no alívio de dores resultantes da esclerose múltipla.
Temida ou adorada a verdade é que ainda não há estudos suficientes que identifiquem com precisão os efeitos causados pela cannabis no cérebro humano. Uma equipe de pesquisa pioneira, coordenada pelo professor Elisaldo Carlini, da Unifesp, eleva o Brasil à condição de um dos países mais atuantes na tentativa de desvendar as propriedades medicinais da maconha. Da equipe de Carlini, a reportagem do A Tarde On Line conversou por telefone com José Alexandre Crippa, do Departamento de Neurologia, Psiquiatria e Psicologia Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP). O pesquisador ponderado que não acredita em posicionamentos rígidos em relação ao uso medicinal da maconha. Crippa, porém é contra o fumo da planta.
2 comentários:
Amarela, minha amiga!
Eu achei que seu texto nao tinha mais pra onde melhorar! E melhorou! Nossa... ta fino, gostoso de ler, com ritmo, dinamica... sou seu fa (com til!), fique sabendo!
Saudade de vc e cada dia com mais novidades! puta merda! vc nem vai acreditar na ultima!!!!
espero que se acabe um dia de vez com a hipocrisia em torno das drogas, e especialmente desta!
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