Pegada violenta - Parte IV
Sexta-feira de noite. Aquela luta pra botar a coleira e fomos passear. Bóris tava naqueles dias de ditador em fúria, querendo determinar o caminho a ser percorrido. COmo ele tinha ficado insatisfeito com o passeio de quinta, deixei-o a vontade. Me levou para umas ruas que não tínhamos ido antes. No meio do caminho, abocanhou um pedaço de osso que encontrou no chão. Trabalheira pra cuspir. Tive que enfiar a mão na boca do cão, resultado: mais arranhões. Engraçado como Bóris tem me feito conhecer melhor o bairro onde moro. Minha relação com o lugar sempre foi de entra-e-sai. É meu pouso, minha morada, mas nunca futuquei a rua nem mesmo tinha prestado atenção em várias casas, prédios e carros que sempre estão por aqui. Tem também muita gente jovem, turminha dos 15 aos 20 e poucos. Se encontram todo dia de noite na esquina de um prédio verde no topo da rua. São umas 10, 12 pessoas - rapazes e garotas. A Bóris sempre rende elogios. "Nossa, como ele é lindo". "Que pêlo bonito". "Tá muito grande pra seis meses". E por aí vai. Descobri que aqui na rua tem também muiiitos cachorros. Uns três de rua e vários em apartamentos e casa. Sempre têm vários donos passeando com seus dogs. Pelo que tenho notado, Bóris é o mais desassossegado.
Um comentário:
TOC...TOC...TOC ...TEM ALGUÉM AÍ? Fia, tô preocupada! Tu não entende nada de cachorro, teu labrador não foi treinado [é cão pra acompanhante de cego e de gente idosa, pra vc ter uma idéia ...] e tu não escreveu nem sábado nem domingo ... CADÊ TU? Vou telefonar pro periódico!
[em tempo: tu devia ter levado ele pra surfar ... labrador é louco por água e exímio nadador!]
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