31 de dezembro de 2005

Feliz ano novo

"Belo porque tem do novo a surpresa e a alegria. Belo como a coisa nova na prateleira até então vazia. Como qualquer coisa nova inaugurando o seu dia. Ou como o caderno novo quando a gente o principia. E belo porque com o novo todo o velho contagia. Belo porque corrompecom sangue novo a anemia. Infecciona a miséria com vida nova e sadia. Com oásis, o deserto, com ventos, a calmaria. "

João Cabral de Melo Neto, em Morte Vida Severina

O que foi notícia em 2005

Luciana Moherdaui
lucianamoherdaui@atarde.com.br

O A Tarde On Line preparou uma retrospectiva nos moldes do jornalismo digital, recheada de imagens e hipertextos. São mais de 50 fotos selecionadas por Tássia Novaes que ilustram reportagem de Marta Erhardt sobre os fatos mais importantes de 2005 na Bahia, no Brasil e no Mundo.

Na Bahia, o ano foi marcado por fatos importantes como a greve de fome do bispo Luiz Flávio Cappio contra a transposição do rio São Francisco. Em Salvador, as fortes chuvas deixaram muitos desabrigados, o golpe do abadá tirou muitos foliões do Carnaval baiano, os jovens usaram o Orkut para vender lança-perfume e os estudantes protestaram contra o aumento da tarifa de ônibus.

No Brasil, as denúncias de corrupção contra os principais dirigentes PT colocaram em xeque a ética do partido. A crise no governo derrubou presidente do partido, José Genoíno, o chefe da Casa Civil, José Dirceu, e fez despencar a popularidade do Governo Lula, que permaneceu neutro durante toda a crise.

Após afirmar ter recebido pagamento da campanha por caixa 2, o publicitário baiano Duda Mendonça perdeu a conta do governo federal. Na esteira das denúncias, a empresária Eliana Tranchesi, proprietária da famosa e luxuosa grife Daslu, foi presa acusada de sonegação fiscal e formação de quadrilha.

Em clima de campanha política, os brasileiros foram às urnas votar no Referendo sobre a Proibição de Armas de Munição. O Não venceu disparado o Sim mantendo legalizada a venda de armas e o direito de legítima defesa ao cidadão.

Apesar de a economia ter apresentado bons resultados sobretudo com a queda do dólar, o Brasil passou por uma crise sem precedentes por conta da aftosa, que atingiu rebanhos de gados em todo o País e a Amazônia foi atingida pela maior seca já registrada naquela região.

O mundo perdeu o Papa João Paulo II e ganhou Bento XVI, sofreu com catástrofes como o furacão Katrina que deixou 80% da população de New Orleans embaixo d´água, os ataques ao Iraque, a retirada das colônias e bases militares de Israel da faixa de Gaza e o julgamento do ex-ditador do Iraque, Saddam Hussein, que desdenha do tribunal.

No futebol, denúncias de corrupção na arbitragem de jogos do Campeonato Brasileiro levaram à prisão o árbitro Edílson Pereira de Carvalho, acusado de manipular resultados de jogos. Os torcedores baianos tiveram um ano decepcionante com a queda do Bahia e do Vitória para a terceira divisão.

Já o São Paulo conquistou o tricampeonato mundial de clubes após vencer o Liverpool por 1 x 0 no Japão. No automobilismo, Fernando Alonso se tornou o mais jovem piloto a campeão da Fórmula 1.

No sorteio dos grupos e jogos da Copa 2006, que será realizada na Alemanha, o Brasil enfrentará Croácia, Austrália e Japão na primeira fase.

Caro leitor, espero que essas imagens fiquem armazendas no desktop de seu computador. A equipe do A Tarde On Line deseja um feliz 2006.

30 de dezembro de 2005

Melhores 2005

(Sugerido por Denis Rivera, do Baianando)

Jantar: Pão, queijos e guaraná Antártica
Amigo: hummm...
Amiga: uma no extremo sul, outra no extremo norte, a terceira aqui do lado para equilibrar um pouco
Paixão: o mar, as serras, as estrelas
Acessório: Pulseiras
Momento: pôr-do-sol a 0º39' de distância da linha do equador escorada no pé de Jenipapo
Sensibilidade: Perceber de onde vem a luz e sua intensidade; descobrir o outro no olhar
Inteligência: "Ando em dúvida quanto ao uso" (copiei da Prozinha, rs!)
Imperdível: Panzone sabor gramute
Lugar: Chapada Diamantina, Arauá, casa das avós
Presente dado: Livros, revistas, chocolates e cds
Presente recebido: Um quadro do Luciano Andrade, babem! Foto de 1984, Xingu.
Viagem: Belém e Marajó, agosto passado
Descoberta: O Brasil é grande pra caralho!
Roupa: jeans, camiseta e havaianas
Luxo: banho com perfume importado antes de dormir
Reveillon: na Licia
Livro: Memórias de minhas putas tristes, Gabriel García Marquez
Sonho de consumo: Nikon digital, várias lentes e... férias por tempo inderterminado!

28 de dezembro de 2005

Sem título

"Como um livro quando faltam páginas... some do epílogo a explicação" (Nando Reis)

27 de dezembro de 2005

Agarrada no longboard


Presidente das Filipinas, Gloria Macapagal, durante férias em San Juan. Fotos: AP e EFE.

25 de dezembro de 2005

Mais azul


"Amanhã tem mais, segunda é um dia lindo, faça chuva ou sol, amo meu domingo" (Cadão Volpato e Ricardo Salvagini -- Nação Zumbi)
Quer ouvir também?

Para os crescidos

Natal de gente grande não tem o mesmo sabor de natal de guri. Não que um seja melhor que o outro. Não, não é isso... é que os dois têm sabores diferentes, ao pé da letra mesmo - ainda mais quando se faz dieta com dr. Fernando Hoisel.

Digo isso porque já não há mais espaço para tanta comoção. Já não é preciso passar o dia, a semana, o mês, ansiosa, apreensiva, contando os minutos para saber se Papai Noel passou na chaminé [lá em casa não tem uma, nunca teve, mas fui daquelas crianças convictas de que o bom velhinho descia por lá com bicicleta, bonecas e tudo mais].

Já não tem mais graça roubar doce na cozinha antes dos primos chegarem para a ceia. Ou então fazer um furinho bem discreto [discretíssimo, coisa de profissional] nas caixinhas bem bonitas que estão debaixo da árvore só para saber do que se trata cada conteúdo secreto. Nem muito menos fazer cara feia quando o tio nada-querido entra na sala com aquele presente nada-sua-cara e ainda pede para você abrir na frente de todos [o que te obriga a retribuir com gentilezas, afinal cada gesto de ingratidão é piamente censurado na noite do nascimento de Jesus. E ainda há quem diga que Ele nem nasceu nesse dia... mas vamos deixar essa polêmica convenção pra depois].

Tais atitudes, quando exercidas na idade um tanto avançada, são taxadas [no mínimo] de "atitudes sem noção". Olha lá, desse tamanho, comendo escondido antes de todo mundo, diria um. Deixe de ser mal educada, você não tem idade para birra, diria mamãe. Cê é otária mesmo, ainda me chama de criança, diria Matusqueta. Filha, pior é na guerra, brincaria papai. Ele veio de longe, só quis te agradar, ponderaria vovó. Tenho certeza que seria assim caso assumisse gracejos infantis em pleno 21 anos [que já são quase 22].

Mas é claro que a perda dessa atmosfera infantil [e pueril], resulta em ganhos um tanto proveitosos. Por mais que Papai Noel não desça pela bendita chaminé, mamãe já não fica tão triste se o natal for comemorado com a galera num pico inédito. Vovó também não liga se não quiser participar do amigo secreto ou se comparecer para socializar com a família apenas minutos antes da ceia ser servida.

Se ganha também o prazer de presentear pessoas queridas. Digo, presentear com o próprio dinheiro, ação que significa se mobilizar espontaneamente por alguém [e que mobilização! encarar o virote do Iguatemi é mais que prova de amor].

Entre prós e contras, acho que é bem nessas horas que se sente o famoso peso da idade. Justamente quando o interno pede uma malcriação e, infelizmente, já não é mais apropriado. Pode até fazer, mas é muito feio.

Aquela atitude que um dia foi um tanto verdadeira e, apesar de ser nada inocente, era vista com bons olhos [afinal, dificilmente crianças são levadas a sério] passa a ser ridicularia. E aquele tantão de sentimentos [inclusive, a fé e a esperança] que em alguns casos parecem ter sumido, na verdade, continuam a habitar nossos corações. Meio transformados, claro. Diria até mesmo meio desolados. Ou corrompidos, quem sabe. De qualquer forma, só para não perder o hábito, eu te desejo Feliz Natal!

24 de dezembro de 2005

É cada coisa...

Diz Luciano Huck [sábado natalino, tv aberta, a luz do dia] que Popó e Latino gostam muito de fazer a dança da pipa. Diante da diversidade cultural brasileira [e considerando que esse gênero artístico ainda não faz parte do meu repertório], prefiro rir pra não chorar, até mesmo porque cada um entende como quiser, né?!

20 de dezembro de 2005

Off line

Dá licença, galera! Vou dar pulo em outras bandas esses dias, té mais...

19 de dezembro de 2005

Nem tão azul

Domingo, sem vento.

18 de dezembro de 2005

Página 105

"(...) os ciúmes dizem mais que a verdade."
Gabriel García Marquez, em Memória de minhas putas tristes

14 de dezembro de 2005

Ibejis

William e Eric, na igreja Santa Luzia do Pilar, ontem.

13 de dezembro de 2005

Reggae do peito


Parece que a idéia de Bernardo Kaufmann [empresário e produtor da banda Mohana] deu certo. Meses atrás, o rapaz distribuiu entre os mais chegados dezenas de camisetas personalizadas com a marca da banda. Malha leve, modelo t-shirt. Preta para a galera, branca para os músicos. Dos milhares que estavam presentes no show de Nação Zumbi, três [0,2%] circulavam com Mohana estampada no peito. Daí vem mais coisa, podem apostar!

Ainda não conhece a banda? Que mole, hein!
Shows :: 8112-5004 [tratar com BK]

12 de dezembro de 2005

Chama o Procon II

Após quase uma década como frequentadora assídua da McDonald's, fui privada do prazer de lambuzar a batata-frita na excedente pasta amarela que sempre salta do Chedar McMelt. Isso mesmo, meu pedido veio seco. Estava tão entretida que só dei falta quando restava apenas 1/3 do sanduíche. Fiquei até constrangida de ir no balcão reclamar. Sabe como é, loja cheia, temi passar por golpista só para comer em dobro. Poxa, Evelyne! A franquia ainda é da sua família? Manda o carinha apertar a bisnaga direito ai!!!

Chama o Procon I


Domingo à noite, encerramento da VI edição do Mercado Cultural com direito a show de Nação Zumbi na Concha quase lotada. Na mão dos cambistas, ingressos falsificados a R$ 6 com número de série adulterado e sem o carimbo da organização do evento. Ninguém responde por isso, seu Archimedes Pedreira?

Lá dentro bom som, como sempre, apesar das batidas nem tão fortes - estilo Futura. Sintonia público-artista em alta e de repente "pára tudo". Precisava subir no palco, brother? Precisava dar porrada, segurança miserável? Putaquepariu.

Aritmética de botequim

Uma mesa, duas mulheres. Em um bar, três letras, dois donos simpáticos. Um balde, 23 pedras de gelo. Quatro cervejas, dois copos, uma garganta. Uma vela. Um luar não-duradouro, doze estrelas cintilantes. Três marias. Um navio, uma ilha ao fundo. Mais um navio. Soma dos fatores: duas cadeiras vazias.

10 de dezembro de 2005

Meia palavra

Sábado Sem pulSar não tem Sabor doce

46 éssis

Tenho certa afinidade com a letra éssi. Gosto da variedade sonora, gosto porque se adapta a várias situações. Considero-a especial, como se fosse um amuleto. Gosto ainda porque requer domínio, cautela e cuidado. Muito cuidado... senão sai tudo errado. Saber usá-la não é um previlégio de todos. Vira-e-mexe me confundo. Gosto também porque me faz lembrar do "sim". Reparem como o sim soa melhor que o não. Sim, eu deixo você me beijar. Sim, você foi aprovado. Sim, tenho dinheiro para pagar. Sim, eu aceito o desafio. Sim, podemos ir juntos. Sim, quero ficar mais um pouco. Gosto tanto da letra éssi que nasci com um par delas no nome. Com mais uma que herdei de minha mãe são três dela - boa quantidade pra seguir adiante. Só perco para o infeliz do desassossego.

9 de dezembro de 2005

Por um triz III

Tem coisas que só vendo pra crer.

:: Cena 1
Fim de tarde, o telefone toca.

- Oi, neguinha. Estou aqui na Piedade, tá a maior confusão. Um monte de gente correndo, policiais com arma em punho, o trânsito trancou na Joana Angélica. Os camelôs da Coqueiro da Piedade estão desarmando tudo. Parece que a confusão é ali do lado, no shopping.

:: Cena 2
O aviso

- Ligou um leitor. Ele está dentro do Piedade, disse que houve troca de tiros e tumulto no departamento masculino da C&A.

:: Cena 3
A ação

Ligo para a polícia. É assalto, homens armados invadiram o shopping. Mandaram batalhão especial.

Digito o texto e aguardo novidades. Minutos depois...

:: Cena 4
Mais infos

- É a assessoria na linha.
- Olha, na verdade, é o seguinte. Foi um arrastão. Um grupo de homens saiu da Lapa e invadiu o shopping. A C&A fechou as portas. Ninguém ficou ferido, mas algumas crianças se perderam dos pais.

Atualizo o texto e já imagino a errata

:: Cena 5
Veracidade dos fatos

O repórter está no local e manda informações quentíssimas.
- O quê? Assalto? Não, rapaz. É o seguinte. Dois surdo-mudos estavam na praça de alimentação e tiveram uma discussão calorosa. Trocaram murros e partiram em disparada pelo shopping. As pessoas ao redor acharam que era assalto e ficaram apavarodas. Em poucos minutos o falso alarme já havia circulado por todo shopping. Pânico geral. A polícia chegou armada, vasculhando tudo. As pessoas ficaram mais apavoradas. Prenderam cinco surdo-mudos.

Moral da história: Silenciosos, mas nem tão inocentes assim.

Por um triz II


Esse moreno alto de regata também estava hoje no meio do caminho alheio. Dessa vez, na Praça da Piedade.

Por um triz I

Pulei da cama às 7h26 após muita insistência do despertador. Não sei o que seria de mim sem essa detestável porém muito útil invenção. Uma ducha morna, meia fruta, o velho jeans de sempre e em 15 minutos já estava pronta para mais uma sexta-feira. A carona para o trabalho foi muito bem-vinda diante da preguiça de paletar até o ponto de ônibus sob o sol quase de verão. Só não contava com o pit stop um tanto inusitado no Bompreço do Iapi [que volta!] para pagar uma conta de luz, acho.

Fiquei no carro lendo o jornal. De repente uma voz nervosa cortou minha concentração. Vai passar por cima, é? - perguntou o moreno alto, de camisa regata,com três sacolinhas de compras nas mãos. Do meu lado direito, saltaram de um carro-forte [JNW 3972] da Nordeste dois seguranças com carabina em punho, cada. É o que meu irmão? Qué engrossar? - retrucou um deles. É o quê pergunto eu! Cê quase me atropelou, bradou o moreno alto em tom irritadíssimo. Cala boca maluco, senão te apago, ameaçou o outro segurança. Te estouro antes seu filhodaputa, sou polícia! - rebateu. E eu, ali, sentada, ainda sonolenta. Me senti a tal pedra no meio do caminho. O pior: no caminho alheio.

Por sorte, a mãe do moreno alto apareceu. Baixinha, vestidão, cara de Testemunha de Jeová, empurrou a cria até o portão de saída. O marmanjo custou a ceder e os dois seguranças nada amistosos custaram a voltar ao serviço.

Atenção, um brinde!

Amigos, curiosos e demais internautas:

não resisti. Agora também sou fração da grande rede mundial de computares. Abro aqui um espaço para trocar idéias, cantarolar, rascunhar a vida, ensaiar frases, falar sobre tudo e mais um pouco. Também quando não quiser falar não precisa forçar a barra. Só não vale se reprimir quando estiver com vontade de interagir. Aproveito para expor um pouco daquilo que tanto gosto de fazer: fotografar. Os comentários são bem-vindos, claro! Nos vemos no próximo post...