31 de março de 2007

Música!

Peço licença a Jorge du Peixe para me apropriar intuitivamente de cada verso desta canção

A ILHA. Amanhã bem cedo a vida vai levantar e quem quiser ir também vai ter que se apressar. Pois os passos respiram, o que a hora faz andar. E a vontade empurrando tudo isso pra acordar!
Que provando os sabores e odores dos melhores momentos, não sejam em vão. Guardados na cabeça os rastros do tempo deixados ali no chão. A carne é fraca e o corpo uma ilha a procura do sol. A noite vem vindo e amanhã tudo de novo. Quem vai até o amanhecer, mais um amanhã e lembrar de não esquecer quem são, quem vai. De quem foi e de quem fez andar tudo que ainda vai fazer lembrar. Quem foi? Re- iniciei o dia, salvei as horas, garantindo o amanhã... E a malicia do tempo atiça o vacilo e a caida na tentação...

Sei não...

Tem gente que é besta. Parece até que vive em outro mundo. Tá com a agenda cheia de prazos e compromissos, mas faz questão de estacionar na biblioteca hispanica pra pescar versos de Neruda. E quando termina a lição do dia com a professora galega é capaz de dizer que o melhor da aula é dar de cara com o pôr-do-sol multicolorido do Rio Vermelho.

26 de março de 2007

Simples assim


Estou velha. Sou de outro tempo. Sou uma balzaca de há muito. "Descobri" quando vi essa imagem. Tudo porque amo escrever carta. E enviar também. É muito bom. Mas, me falem: há quanto tempo você não escreve uma carta? Desde que o e-mail entrou em nossas vidas, as cartas praticamente foram extintas, caíram em desuso. Mas de vez em quando é tão bom receber uma mensagem escrita a mão. É ou não é? Encontrei este anúncio que fala com a gente: para realmente tocar alguém, só mesmo mandando uma carta. Beijos saudosos, Regina de Sá


Respondo: Também me sinto de outro tempo. Tenho paixão por cartas. Lembro de ter rabiscado algumas nos últimos tempos - duas cheguei a enviar. Só não lembro qual foi a última que recebi. Acho que foi no colegial, de uma amiga. Faz tanto tempo... De lá pra cá a minha caixa do correio é cada dia mais insossa: só tem conta, promoções ilusórias do cartão de crédito e propagandas de supermercado. Um amontoado de papel frio. Coisa mais sem graça. Bom mesmo é ser surpreendida por uma caligrafia impregnada de sentimentos. Sinto falta. Já não sei o que é receber uma carta.

Domingo

E tudo se acalma no conforto de um abraço. A semana em que fiquei pra trás, ganhei uma música, surgiu um sócio, escolhi uma nikon, falou-se de viagens, e, ainda assim mantive a cordialidade acima da acidez, chega ao fim com uma carinhosa despedida. Meu amigo padre, o Robertinho, peregrino jesuíta, fotógrafo, boa gente, trocou Salvador por Taipei. De malas rumo a China, o padre agora vai pedir benção em mandarim ao Senhor do Bonfim. O sorriso tenso acompanhado de palavras e gestos afetivos me fez ter certeza de que passará um bom tempo até nos reencontrarmos. É que a Ásia é distante e a caminhada escolhida pelo rapaz não tem linha de chegada. Já consigo sentir falta do padre. Mesmo com contatos nem tão freqüentes... a distância agora é maior. Não é apenas uma viagem... trata-se de uma longa caminhada. Às vezes fico a pensar como a vida de cada um toma rumos tão distintos. Eu que nem sou católica tenho um amigo padre, que já foi piloto, já teve namorada, já morou na França. Que me conquistou em menos de 24 horas e me levou para uma profunda viagem a um pedaço da Amazônia. Na minha lembrança, ficam as canções feitas pelo padre, em especial as que tive oportunidade de ouvir tocadas pelo próprio. Música para quem se entrega às pessoas. Boa viagem, meu amigo!

24 de março de 2007

Sábado

Como é bom dormir até tarde, sem compromisso para levantar. Tinha até esquecido o quanto é prazeroso ter o sono prolongado pela vontade do corpo.

23 de março de 2007

Sexta-feira

Um pierrot retrocesso
meio bossa nova
e rock'n roll
Estado de espírito, hoje

22 de março de 2007

Quinta-feira

Bito, o Retirante, de passagem pela redação baiana.

Dia Mundial da Água

En Kenia el agua es más cara que la Coca-Cola (Agência Efe)

El alcalde adjunto de Nairobi, Waititu Ndungu, ha denunciado en el Parlamento Europeo que la Coca-Cola es más barata que el agua en Kenia y que la mayoría de la población no tiene dinero ni siquiera para comprarse uno de esos refrescos. Ndungu se refirió además a la paradoja de que su país está situado junto al segundo lago más grande del mundo, el lago Victoria y junto al río Nilo.

El representante municipal de Nairobi ha trasladado esta situación a los más de 600 participantes en la primera Asamblea Mundial de los Representantes Electos y los Ciudadanos por el Agua (AMECE) en el Parlamento Europeo. A este evento asisten autoridades, expertos y representantes de la sociedad civil de más de 80 países, entre ellos Bolivia, Brasil, Uruguay, Chile, Argentina, México, Colombia, Honduras, Perú y Ecuador.

El objetivo de la asamblea es debatir y presentar propuestas para mejorar el acceso al agua de los más de 1.100 millones de personas que carecen de ella, lograr que se declare derecho fundamental y plantear fórmulas para frenar su uso comercial por parte de empresas privadas.

Um bom dia eloqüente

"É rapidinho,
só pra dizer que
te quero bem..."
Seu Álvaro, hoje

20 de março de 2007

Então, o show

A todos que me perguntaram, foi sublime!
E por tal adjetivo entende-se: situações moralmente irrepreensíveis, algo digno de admiração. Intelectualmente irretocável, perfeito.
Chico ocupa posição distinta em relação a outros cantores.
As canções... ah, as canções... elas despertam sentimentos nobres. Confesso que boa parte do repertório me pegou despreparada. Considerávelmente atormentada. Difícil não se encaixar à toa nos versos de Palavra de mulher. Fácil sentir consolo tal qual ombro de amigo ao ouvir os primeiros acordes de Futuros amantes. Alegria com Dura na queda. Embalo com Ode aos ratos. Nostalgia com João e Maria. E pensar que isso foi só um pedaço do show... sinceramente, inesquecível.

Terça

Ainda em análise.

19 de março de 2007

Segunda

Com auxílio do Aurélio, digo:

Ó monstro fabuloso, com cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de dragão. Produto da minha imaginação, fantasia, utopia, sonho. Quando não, as quimeras do amor. Mas a arte, o lar, três filhos, Antonio? Embora! Quimeras, bola de sabão. No vazio revela-se: incoerência, incongruência. Absurdo, por que não?

18 de março de 2007

Domingo

ôôÔÔÔÔÔÔÔÔôôôÔÔôÔôôÔô
Mais uma quimera...

17 de março de 2007

Mítico

Rio de Janeiro, 1980. Autor desconhecido.

Amplo

Pela legalização da maconha, sim - embora declare não ser usuário da planta. Sobre outras drogas, diz ter escapado da heroína. "Nunca me piquei". Foi "só" no básico: fumou, cheirou, tomou ácido. Mas largou tudo isso "faz tempo". Não que Chico tenha virado um monge tibetano alheio aos vícios mundanos. Parece que esse lance de ficar de cara não é com ele. Confessa que eventualmente pode até fumar um aqui e ali. Uso ocasional, nada que o torne um legítimo maconheiro. "Não sou adepto". Por sofrer de insôcia, já foi recomendado uso regular da cannabis para dormir. "Mas não dá certo", afirma. Os efeitos psicoativos do THC não batem no artista. "Não me dá leseira, nem larica. Me deixa excitado. Aí eu preferi a cocaína, mas parei também", garante. Quanto a legalização da maconha, Chico é fiel seguidor da corrente que vê a ilegalidade como fator de promoção da violência devido ao narcotráfico. Ele explica: "No Brasil, nos países pobres, principalmente, a quantidade de vítimas que o tráfico de drogas faz é muito maior que a de vítimas das próprias drogas. No Rio, moleques de nove, dez anos já estão cheirando cocaína, porque manejam, vendem cocaína. Envolve às vezes uma quantidade muito grande de crianças, adolescentes, acaba com a vida dessa gente, morre gente pra burro. Fora a violência toda que o próprio tráfico vai desencadeando". É claro que você não pode pensar em liberar abertamente o consumo de drogas se não tiver um interesse internacional. Senão, cria-se um problema. Você pode ir a Amsterdã e fumar sua bagana e tal, mas não pode sair de lá com o negócio. Se produzissem legalmente cigarros de maconha, se fossem vendidos nas tabacarias, no Brasil, como aliás digo numa música, não vejo que o dano... quer dizer, haveria, claro, um problema de saúde pública, como com o cigarro, como com as drogas farmacêuticas, o consumo de álcool".
Em tempo: a musica é "Outros Sonhos"

Belo, charmoso, elegante


Foto: Bruno Veiga. Tirada do CD "Carioca"

Insone

Isolados no Olimpo, artistas sofrem como qualquer mortal. A diferença é que da angústia brota arte. Chico não sabe dormir. Principalmente a seco - embora declare não ser viciado em ansiolíticos. "Simplesmente não dá, você deita e não consegue". Não sei o que é isso. Sou daquelas que deitam e apagam a qualquer hora do dia. Agora mesmo estou tumbiando de sono por ter passado boa parte da madrugada plugada ajeitando este blog. E uma noite perdida me cai como um raio na cabeça. Mas os Olhos Verdes ficam abertos noites a fio... aí vem um verso... um lembrança da infância com uma melodia chilena cantarolada pelo pai... um pouco de vinho... um rabisco perdido na mente agonizante... mais um gole de vinho. As horas passam... passam... a segunda garrafa está prestes a secar... a falta de conclusão torna o trabalho obsessivo. "Para começar a escrever uma canção não precisa de um motivo forte. O motivo às vezes não é forte em si, mas acaba se tornando forte pela obsessão. Me questiono: O que eu faço com isso? Tenho de fazer uma música. Mas não sei por que aquilo apareceu na minha cabeça. E não sossego enquanto não transformar em canção, em verso", explica. Enfim, o dia amanhace. Chico padece. "Não sei como se faz para dormir". Explicado o grande charme do poeta: o par de olheiras eternamente gravado debaixo do par de contas verdes.

Modesto

"Na hora de produzir
você sai do zero,
não do pódio.
Quando vou escrever
não sou nada"
[Chico Buarque de Holanda]

Né, não?

Edição 144 da Trip

Fabuloso

O sol ensolarará e estrada dela
A lua alumiará o mar
A vida é bela
O sol, a estrada amarela
E as ondas, as ondas, as ondas, as ondas
[Dura na queda]

Ele, o poeta


Por João Wainer

Finalmente!

Caríssimos leitores: este blog trocou o luto por um biquini branco de lacinho. E para celebrar em grande estilo a estréia do novo layout, entra no ar uma singela série sobre Chico Buarque de Holanda. É que "ando com minha cabeça já pelas tabelas" ansiosa para que domingo chegue bem rapidinho. As duas últimas semanas foram motivadas pelo CD "Carioca". O reflexo da inspiração está aqui em cada pixel desta página. Os textinhos "Amplo", "Insone" e "Modesto" são uma cozinha da genial entrevista feita por Fernando Eichenberg, em Paris, para a edição 144 da Trip. Espero que gostem da mudança no visual. Os posts anteriores continuam nos arquivos. Fiquem a vontate, divirtam-se!


16 de março de 2007

Por trás

Curiosos empendurados para ver o incêndio. Ontem, no Itaigara

Passou...

Dia da mulher, no Pelourinho

8 de março de 2007

Em tempo 3

Night shift, a música que martela meu juízo desde domingo a noite.

The sun shall not smite i by day/Nor the moon by night/And everything that i do/Shall be upfull and right/And if it's all night/It got to be alright /Your mamma won't lose this one/You're the lucky one, under the sun/If you make me move/Then you know you got the groove/All night, it's alright/All night yeah! it's alright/Working on the forklift, in the night shift/Working on the night shift, with the forklift/From a.m. to p.m. /Working on a night shift yeah!/Well if it's all night/Warehouse, you're empty yeah!/Right around the corner/Bring your goods/Go around the other corner/Bring your suitcases/By the sweat of my brow/Eat your bread /All night, alright

BOB MARLEY!!!

Em tempo 2

O eclipse sábado a noite foi o máximo. Com direito a vista privilegiada na praia deserta – o grande desejo do final de semana; possível de realizar apenas de noite, quando sobram apenas os gaiamuns na areia. Aliás, acabo de me dar conta que tive um final de semana lunar.

Em tempo

72 horas sem internet na minha residência. Pense num ser humano prestes a subir pelas paredes. Sim, sou heavy user. Dependência total. Ou melhor, necessidade de fazer uso constante diariamente. No trabalho e em casa. Até mesmo porque são momentos bem diferentes. Ocorre que toda noite, pra lá das 22 horas, a história se repete. Não tem livro, música, tv, diálogos ao telefone, brincadeiras com o cachorro que dê jeito. Por mais que me ocupe com outras atividades o fato de estar desconectada me faz sentir... assim... meio incompleta.

3 de março de 2007

2 de março de 2007

Desejo do dia

Uma sessão no planetário...

1 de março de 2007

Poesia

Meu "eu lírico" nesse exato momento.
Árvore fossilizada. Local: Mata, RS
Foto: Charles Guerra, fotógrafo gaúcho, aluno da Pró.