13 de junho de 2007

A pauta não mudou

Jô Soares acaba de encurralar o Ministro da Saúde. Enquanto falavam sobre o panorama da saúde pública no Brasil, aparece no telão - aquele que fica bem em cima da cadeira do entrevistado - uma foto de uma casinha de palafita, estrutura de madeira, uma porta uma janela, coisa pobrezinha pobrezinha, lá longe bem ao léu. E o gordo disparou: Ministro, isso é um posto médico. Isso é um posto médico, ministro? O ministro, na beca, gravata bonita, respondeu na sola: Não, Jô. Isso é uma estrutura, uma construção típica do norte do país." Mas aí funciona um posto médico, ministro. Milhares de pessoas dependem dele. Por que isso acontece no Brasil?", retrucou. "Olha, Jô, o Brasil apresenta disparidades no sistema de saúde pública que vão de unidades de referência como o Incor [Instituto do Coração em SP] a estruturas como essa que você acabou de mostrar pr'gente. Isso ocorre porque desde a década de 60 com o crescimento dos grandes centros urbanos, a expansão das favelas e, conseqüentemente, a falta de investimento em saneamento básico... blá blá blá, blá blá blá..."

A questão que trago aqui não é a relevância da resposta do ministro para um problema que assola o nosso país e que, naturalmente, é do conhecimento de vocês, meus amigos-leitores. Vamos falar de uma realidade. Estive na ilha de Marajó em agosto de 2005 com Fábio Caraciolo, meu amigo Bito. Fomos lá no extremo norte do país conhecer aquele pedação de terra [do tamanho da Bélgica e da Holanda juntos]. Não havia em nosso imaginário outra referência àquela ilha que não fosse o que aprendemos durante as aulas de geografia no ginásio: casa dos búfalos na foz do rio Amazonas. Mas como já estávamos crescidinhos - eu com 21, ele com 24, e a visita em questão não era um safari turístico e sim uma expedição missionária que resultaria em uma fotoreportagem, nosso material de conclusão de curso, o famoso TCC [olha a responsa] - nos abastecemos de toda informação sobre o local disponível em livros, pesquisas do IBGE, mapas, páginas na internet e conversas com pessoas que haviam passado por lá. Denizita, inclusive, quando soube da viagem, ficou toda prosa, me encomendou jarinas [uma semente típica da região, imita um marfim, lindinha pra fazer bijou], mas acabou que eu nem trouxe [Perdona, mi querida. Não foi por má vontade, foi falta de tempo mesmo].

Enfim, nos abastecemos de informação, nos viramos em dinheiro [$$$], arranjamos máquina emprestada [salve, salve Luciano Andrade, grande fotógrafo e sua nikon F4], juntamos a nossa máquina com a da faculdade, teleobjetiva, um laptop, gravadores digitais, mais câmera portátil pra fazer vídeo, duas redes, repelentes [e vacinas, é claro], botamos tudo na mochila e fomos. Fomos, meus caros... de avião, de barquinho, de barcão, de bicicleta, a pé, de moto, carreira de búfalo, de carona em pau de arara. Fomos para a linha do equador, mais precisamente a zero graus e 39 minutos, debaixo de um sol desgraçado, úmido, sem direito a um resquício de sombra naquelas planícies com dimensão a perder de vista. Água por todos os lados, inclusive debaixo das casas, difícil mesmo era a potável para beber sem medo. Passei mal pacas, sol na moleira bate onda, mas isso eu conto outro dia.

Vamos voltar para a questão primordial, o posto médico. Tinha um igualzinho ao que passou no Programa do Jô em frente a casa das irmãs fraciscanas, onde ficamos hospedados por 15 dias, na Vila de Jenipapo. Medonho, gente. Medonho. Só vendo pra crer. Aliás, em tempo: tudo o que lemos sobre Marajó antes de viajar, quando aportamos na ilha, logo de cara, percebemos que a realidade era 5x mais dura do que os livros contavam, a começar pelos meios de transporte.

Todo dia eu e Bito passávamos pela porta do posto e ficávamos imaginando como seria por dentro aquela estrutura precária, que insistiam em chamar de ambulatório. Aquilo era pauta nua e crua diante dos nossos olhos, não tinha como deixar escapar. O engraçado é que víamos diariamente o entra-e-sai de crianças, adultos e velhos no local. "A cadeira do dentista está quebrada, você levanta e cospe pela janela", contou ir. Zileide, uma noite durante o jantar. Em tempo novamente: falta de comida a gente não pode reclamar. As freiras cozinham bem demais, tudo bem que a comida típica é meio esquisita, mas tinha pão, bolo, queijo, cuzcuz, arroz, feijão e carne [de búfalo, é claro]. Levamos ovos, mas depois de ficar 18h no porão do barco que nos levou de Belém a Jenipapo, os ovos cozinharam e acabamos jogando fora.

Fizemos várias pautas - educação, saneamento básico, lazer, moradia. O posto médico foi a última. Você entra na casinha e pergunta: ué, cadê as coisas? POr "coisas" entende-se: médico, enfermeira, maca, aparelhinhos dos médicos, remédios, ambulatório, uti, sala de parto, sala de cirurgia. Nada. Nadinha, nothing, niente, necas de bitibiriba. Tinha uma cadeira roída por ratos, uma maca sem lençol, uma geladeira velha, uma pia sem torneira e sem tubulação e uma prateleira com remédios, prontuários e produtos de limpeza, assim, tudo juntinho sem distinção no mesmo espaço. Ah! Tinham também váááárias teias de aranha. Pelo porte da seda tecida, imagino o tamanho das bichas.
Bom, destaco aqui o pedaço da reportagem que aborda o assunto, material feito em 2005.

A pauta

A dificuldade de locomoção interfere diretamente nas condições de vida do marajoara. Compromete, até mesmo, o acesso ao serviço médico. Na Vila de Jenipapo existe apenas um posto de saúde. O médico que fazia o atendimento deixou o local no início de agosto e não há previsão de substituição. “As pessoas gostavam do doutor, mas ele recebeu uma proposta de trabalho melhor, e a prefeitura não conseguiu cobrir a oferta. Somos o quinto menor município do Pará, com fundo de participação de apenas 0,6%”, justifica a secretáriade educação do município.

Instalado num imóvel cedido pela Diocese de Ponta de Pedras, o posto médico possui infra-estrutura precária. “A cadeira do dentista jamais foi usada”, diz Elza Gemack, funcionária do posto. O estofado foi roído por ratos e os botões estão inferrujados. “Não tem dentista, mas tem gente que extrai dente em casa sem anestesia”, revela irmã Sirleide.
Faltam remédios dos mais simples - carência geralmente suprida com o uso de plantas medicinais, porém, em alguns casos, apenas um chá não é suficiente.

Foi o que aconteceu com Cristiano, 17 anos. O rapaz era um dos mais engajados no projeto da brinquedoteca e de repente se ausentou da atividade. Todos estranharam o sumiço. Três dias depois, o padre Roberto o encontrou deitado numa rede, na casa de uma tia, com febre alta, moleza e dores no corpo [foto à direita]. Bastou uma dose de antitérmico que no dia seguinte o garoto estava de pé.

Como o médico foi embora, uma enfermeira de Santa Cruz vai uma vez por semana a Jenipapo. “Tem também duas moradoras da vila que sabem fazer curativo e ficam em casa de sobreaviso caso alguém se machuque. Mas se o corte for profundo tem que encaminhar para Santa Cruz”, conta.

Nas situações de emergência, o doente fica confinado a sofrer durante longas viagens de barco de Jenipapo até Belém. Detalhe que a viagem de barco acontece apenas uma vez por semana e a duração do percurso depende da cheia do rio. Se o caso for realmente grave, diz Arlete, um avião leva o paciente até a capital. “Cada viagem custa R$ 1 mil e por mês só podem ser feitas cinco para não estourar a cota”, diz.

O curioso é que enquanto os doentes agonizam em viagens que duram mais de 15 horas, sem conforto, a caminho do médico, a reportagem descobriu que o prefeito do município, Fernando Lobato, reside em Belém e utiliza com cunho pessoal as cotas das viagens de avião, que seriam destinas ao transporte de pacientes. A informação foi confirmada por Aroldo Malato, secretário de Lobato. "O prefeito está na capital, mas vem para a ilha. Eele tem uma fazenda e vem toda sexta-feira com o avião da prefeitura".

Com relação ao saneamento básico, é possível observar que nos arredores da vila a situação também é grave. Crianças costumam brincar próximo a locais com água parada, onde não há rede de esgoto [foto acima] o que facilita a contaminação por vermes e bactérias.
As mulheres que dão a luz em Santa Cruz voltam para casa carregadas numa rede [foto à esquerda]. O gesto poupa a parturiente de esforços desnecessários e revela um pouco mais da rotina resignada do marajoara, conhecida apenas por aqueles que habitam o local.

Ela e eu em um tempo só

"Sou do tempo da amizade colorida. Do rolo. Do tô junto. Tá comigo. Tô com ele. Sou do tempo até do amor livre [misericórdia!]. Também teve cacho e tô ficando. E também segredos. Sem títulos". Palavras dela. Digo eu: me 2.

Terca-feira [safely]


Necessitamos de luz para os atos cotidianos >>
Carlos Drummond de Andrade

12 de junho de 2007

+ Namorados

Recomendo Melina Zucolo Guterres. Vale a pena

Manuela Saénz, o amor de Simón Bolívar

Hacía tiempo que él no confiaba en nadie más que en ella. Le dejaba en custodia algunas reliquias sin más valor que el de haber sido suyas, así como algunos de sus libros más preciados y dos cofres de sus archivos personales. El día anterior, durante la breve despedida formal, le había dicho: "Mucho te amo, pero más te amaré si ahora tienes más juicio que nunca". Ella lo entendió como otro homenaje de los tantos que él le había rendido en ocho años de amores ardientes. De todos sus conocidos ella era la única que lo creía: esta vez era verdad que se iba. Pero también era la única que tenía al menos un motivo cierto para esperar que volviera. [El general en su laberinto, Gabriel García Marquez]

Canção de namorados

O dia dos namorados
para mim é todo dia.
Não tenho dias marcados
para te amar noite e dia.

O dia 12 de junho,
como qualquer outro, diz
(e isso dou testemunho)
que contigo sou feliz.

Carlos Drummond de Andrade

Segunda-feira [return to]


Circunstâncias infernais da vida habilitam a compreender a idéia de inferno >> Carlos Drummond de Andrade

La caza de amor es de altanería
[Gil Vicente]

11 de junho de 2007

Domingo [the best]

Limpeza de consciência nem sempre coincide com limpeza de corpo, que é mais exigente >> Carlos Drummond de Andrade

10 de junho de 2007

Facas e espadas se quebrem sem o meu corpo tocar
Cordas e corentes se arrebentem sem o meu corpo amarrar

Já conheço os passos dessa estrada
Sei que não vai dar em nada
Seus segredos sei de cor
Já conheço as pedras do caminho
[Chico Buarque e Vinícius]

Nostalgia




Em Chantagem e Confissão [Londres, 1929], de Hitchcock, Alice White [Anny Ondra] logo após matar o pintor-estuprador volta pra casa correndo e se atira na cama pra simular que passou a noite toda ali, quietinha, dormindo no sono dos deuses. A ama de casa aparece para acordar Miss White - que na verdade não tava dormindo coisa nenhuma. A moça levanta da cama e vai até a prateleira do quarto pentear os belos fios loiros. Ajeita o cabelo e assim que termina o penteado abre uma latinha de talco. Cheia de charme passa levemente a esponjinha felpuda pelos braços e maçãs do rosto. Acreditem, juro que o cheiro saiu do tubo da tv direto para a minha narina. Serio mesmo, memoria olfativa, bateu uma saudade de cheirinho de talco. Aqui em casa mamãe usava, tia Dora também, sempre tinha uma latinha no armario do banheiro. Lembro quando tinha uns seis, sete anos, Safira ainda era anjo nessa época, os beijos de boa-noite de minha mãe tinham cheiro de talco. Pergunto eu: cadê o talco? Sumiu? Por que? Acho que ninguém usa mais talco a não ser em bumbum de bebê. Eu achava aquela esponjinha a coisa mais gostosa do mundo, sensação macia quando tocava na pele, como se fosse fazer cócegas mas não fazia. Recordação inocente que acaba de esbarrar em uma notícia escabrosa, confira: Um californiano foi sentenciado a 21 meses de prisão por enviar pelo correio três cartas com ameaças falsas de antraz. Na verdade, as cartas eram polvilhadas com talco perfumado da grife de lingerie Victoria's Secret, constatou a perícia. Fonte: FOlha de S. Paulo

Oxi, cadê Carminha? Sumiu do mapa foi?

CARMINHAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!
Eu tenho certeza que ela tá acordada a essa hora

Pra Seo Ari

Terminei de ler hoje de manhã "Crónica de una muerte anunciada", de Gabo. Pra minha surpresa, Santiago Nasar, o defunto esquisito que dá origem a todo o enredo, tinha hepatite, embora a morte anunciada não tenha nadinha a ver com isso. Nasar foi morto por um casal de gêmeos com golpes brutais de faca de matar porcos. Arma branca, como diz a polícia daqui. Mas repare o laudo da autópsia:
"La masa encefálica pesaba sesenta gramos mas que la de un inglés normal, y el padre Amador consignó en el informe que Santiago Nasar tenía una inteligencia superior y un porvenir brillante. Sin embargo, en la nota final señalaba una hipertrofia del hígado que atribuyó a una hepatitis mal curada. "Es decir - me dijo -, que de todos modos estava enfermo". El doctor Dionisio Iguarán, que en efecto le había tratado una hepatitis a Santiago Nasar a los doce años, recordaba indignado aquella autopsia. "Tenía que ser cura para ser tan bruto", me dijo. "No hubo manera de hacerle entender nunca que la gente del trópico tenemos el hígado más grande que los gallegos." O sr. que anda bem informado sobre o assundo, isso é lenda, né Seo Ari?

9 de junho de 2007

Livros

Os livros que em nossa vida entraram
São como a radiação de um corpo negro
Apontando pra a expansão do Universo
Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso
(E, sem dúvida, sobretudo o verso)
É o que pode lançar mundos no mundo
(...) Os livros são objetos transcendentes
Mas podemos amá-los do amor táctil
Que votamos aos maços de cigarro
Domá-los, cultivá-los em aquários,
Em estantes, gaiolas, em fogueiras
Ou lançá-los pra fora das janelas
(Talvez isso nos livre de lançarmo-nos)
Ou ­ o que é muito pior ­ por odiarmo-los
Podemos simplesmente escrever um
Encher de vãs palavras muitas páginas
E de mais confusão as prateleiras
Caetano Veloso

Voltando a aquela história de que a dor incentiva a reflexão, nesses últimos três dias de repouso absoluto em casa para cuidar do ombro, parada à força, como disse a Pró, aproveitei para fuçar alguns livros, filmes e músicas. É impressionante como a compreensão flui quando você se dedica a leitura sem interrupções do mundo vasto mundo que arde lá fora. Coisa boa varar a madrugada por pura sede de desvendar o assassinato de Santiago Nasar em "Crónica de una muerte anunciada", de Gabo. E logo na seqüência reler trechos de "O Evengelho Segundo Jesus Cristo", de Saramago, só para fixar na memória novas definições para palavras como sonhos, solidão e amor. Ou então assistir uma sessão corujão-suspense com os clássicos de Hitcock na companhia adorável de mi madre querida e um tablete de Toblerone, o nosso chocolate predileto. Acordar quando o corpo pede sem se preocupar com o toque do despertador e passar o dia de pijama e meias com vários livros abertos ao mesmo tempo alimentando uma literatura íntima escrita a mão no caderno. Tudo baseado em fatos reais. No som vários CDs: Miles Davis, Bob Dylan, Madeleine Peiroux, Gil, Vinicius e Toquinho, Chico - muito Chico, Tom Jobim e Caetano Veloso. Trilha sonora que me deixa em estado de graça, concentração para pensar na vida. Costumo dar permissão à rotina e ela é cruel. Me engole com discrição e antes que eu me dê conta da intensidade dos acontecimentos muitos fatos já estão consumados. Parece um rolo. Compressor, é claro. Sempre tive fascínio por livros. Desde a infância. Acho que devo isso aos meus pais, vó Zilda e Vô Wilson. A mesa da sala - mesa grande de madeira, seis lugares - sempre esteve cheias de livros, pra irritação de mamãe, quando chegava e queria ver o almoço servido. "Mas a mesa está ocupada, dona Norma. Não tinha onde colocar os pratos", defendia-se Jaciara, uma moça de pele parda que trabalhou muitos anos em nossa casa. Como os livros ficavam abertos, ela tinha receio de desmarcar alguma página. Preferia não mexer em nada. Os versos de Caetano exibidos logo acima traduzem com perfeição minha relação com os livros. "A frase, o conceito, o enredo, o verso (e, sem dúvida, sobretudo o verso) é o que pode lançar mundos no mundo". Essa possibilidade de ser transportado para outras realidades é o que fascina e faz querer mais e mais e mais. Ouvi essa música hoje de tarde, enquanto chovia lá fora. Me fez lembrar o filme de Sijie Daí "Balzac e a costureirinha chinesa", uma tradução genial da importância do livro na vida de uma pessoa. Transformação, abertura de consciência, poder de articulação, incentivo a devaneios, alimento cultural e, principalmente, fortalecimento individual.

8 de junho de 2007

Filosofia riveriana

"Bons jornalistas fazem perguntas danadas né? Pois bem. Falando de "Ao Vivo" [são tantas cagadas históricas ...] um jornalista me perguntou: "E quando dá um branco? Faz o quê?" Euzinha [Denis RiFera], craquissima de Vivo, respondi na tampa: "ESPERA PASSAR".Insonia é a mesma coisa. Tristeza é mesma coisa. Falta de grana é a mesma coisa. Tudo é. Tudo vai passar. A questão é o que fazer até lá... Já passou?" Creio que a filosofia também se aplica para a dor. Vai passar, eu sei. Até lá fico na companhia de Gabo, Saramago, Hitchcock e uma cacetada de filmes nacionais. Em breve divulgo a lista.

7 de junho de 2007

Ouça, ma chérie

INFINITO PARTICULAR
(Carlinhos Brown, Marisa Monte e Arnaldo Antunes)

Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro, o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui, eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta bandeira de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular
Em alguns instantes
Sou pequenina e também gigante
Vem, cara, se declara
O mundo é portátil
Pra quem não tem nada a esconder
Olha minha cara
É só mistério, não tem segredo
Vem cá, não tenha medo
A água é potável
Daqui você pode beber
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular

Dói, ah como dói...

Em casa, de molho, graças a uma puta contratura muscular no ombro direito, que irradia para o pescoço e braço, conquistada por carregar continuamente os 4,2kg da máquina fotográfica + as 7 horas diárias (em média) em frente ao computador + a cadeira empenada da redação + toda carga de pressão e estresse acumulada diariamente no trabalho. Ah! + os 25kg de ferro puxados três vezes na semana na academia. E eu achava que estava fortalecendo a musculatura... bom, o músculo, coitado, não gostou nada disso. Eu tampouco. Já diziam os orientais: dor inspira a reflexão. Essa me pegou de supetão. Começou como um incomodozinho inocente, um travamento discreto. Fiz queixa e alguns até insinuaram que seria falta de... ... ... vocês sabem... embora eu garantisse que não era o caso. Uma semana depois, pimba! Remedinhos? Sim, pra passar a dor + recomendações médicas importantíssimas: mudar de emprego, massoterapia chinesa, natação com pilates e nada de musculação. O médico garante que fico boa logo se fizer tudo direitinho. Tô seguindo à risca. As três últimas já estão em prática, resta a primeira. Vovó mandou uma garrafada de arnica made in Jequié por ela mesma. Tô usando todo dia, mas a dor tá aqui, firme e forte. Enquanto isso, penso na vida.

Los hermanos 2

Brigados coisa nenhuma. Deu no JN hoje: O presidente venezuelano agradeceu as palavras do presidente Lula, que o chamou de "parceiro" e disse que Chávez não era risco para a América Latina depois que o Congresso brasileiro enviou um requerimento de apelo para rever a decisão de não renovar a concessão da RCTV.

"Estamos num universo
em que existe cada vez mais informação
e cada vez menos sentido"
[Jean Baudrillard,
em Simulacros e Simulações. Pesquei do Diário ]

3 de junho de 2007

Herança às traças

Documentos que deveriam estar preservados, foram danificados pela má conservação no Arquivo Público do Rio de Janeiro. São cartas, fotos e livros sobre personagens importantes da história do Brasil. O prontuário policial de Jorge Amado, de 1942, está no Arquivo Público. Agentes a serviço do governo monitoravam todos os passos do escritor baiano. O mesmo acontecia com o guerrilheiro Carlos Lamarca, morto por tropas do exército em 1971. Cartas trocadas por Olga Benário e Luis Carlos Prestes também foram guardadas. Prestes aparece numa lista de comunistas procurados na década de 50. Os documentos, que guardam parte da memória do Brasil, estão ameaçados. Fazem parte do acervo do Arquivo Público do Rio de Janeiro, que há nove anos funciona de forma improvisada num prédio centenário. O telhado do depósito está desabando. A fiação elétrica é aparente. Numa sala, pedaços de gesso despencam do teto. Pombos até fizeram ninho. Cupins e mofo também estragam o material. O livro, do século 19, tem a lista de presos do Império. O papel já está danificado por fungos. Quem perde com a degradação do arquivo são os próprios cidadãos. Hoje quem mais consulta esses documentos são pessoas que buscam, na história, provas para que tenham direitos reconhecidos. É o caso, por exemplo, de vítimas de repressão da ditadura militar. A primeira pista pode estar numa das gavetas. Os arquivos do antigo Dops, a Delegacia de Ordem Política e Social, guardam dois milhões de fichas com nomes, sobrenomes e apelidos de presos políticos. Papéis que deveriam estar em ambiente climatizado, envelhecem no porão sem cuidados especiais. O Brasil, como um todo, perde porque deixa de ter uma área de informação para pesquisa histórica. Livros de história, reportagens, matérias são feitos a partir de fontes primárias”, afirma Daniel Beltran, presidente da Associação de Arquivistas. Paulo Knaus, diretor do Arquivo Público, admite os problemas. Diz que as metas são a construção de uma sede própria e a contratação de pessoal. “O arquivo é uma peça fundamental dessa estrutura que garante informação ao cidadão”. [Reportagem do Jornal Hoje. Veja o vídeo aqui] Lamentável. Vergonhoso.

2 de junho de 2007

Los hermanos

Parece que andam meio brigados. Pelo menos é o que a mídia tem dito. A fotinha pesquei na net, pena que não achei o crédito.

1 de junho de 2007

Sexta-feira

Pelourinho, há 7 dias

31 de maio de 2007

No céu chuvoso

Lua azul, nesta quinta-feira, precisamente às 22h04. Conectem-se!
Chama-se Lua Azul a segunda lua cheia num mesmo mês do calendário gregoriano. Ao contrário do que o nome sugere, a Lua Azul é associada a perigos e desvario, a desafios emocionais difíceis de viver que requerem humildade e despojamento a troca de sofrimentos dilacerantes. É considerada um acontecimento de muita força magnética e poder espiritual, onde acontecem profundas purificações emocionais

No tabuleiro da baiana tem...


Pelourinho, sexta-feira passada, no adro da Fundação Casa de Jorge Amado

Think about 2


Think about


Puro vício

No artigo “Droga pesada”, o doutor Drauzio Varella, um ex-fumante, narra humilhantes demonstrações do domínio da nicotina sobre o usuário. “O doente tem um infarto do miocárdio, passa três dias na UTI entre a vida e a morte e não pára de fumar, mesmo que as pessoas mais queridas implorem. Sofre um derrame cerebral, sai pela rua de bengala arrastando a perna paralisada, mas não tira o cigarro na boca”. Durante 30 anos de profissão, em especial o tempo em que esteve no Hospital do Câncer, em São Paulo, doutor Drauzio chegou a presenciar várias vezes “doentes que perderam a laringe por câncer levantarem a toalhinha que cobre o orifício respiratório aberto no pescoço, aspirarem e soltarem a fumaça por ali.”

Você sabia?

Estrela do clássico Casablanca, Humphrey Bogart, morreu de câncer no esôfago aos 57 anos. Considerado um dos astros mais queridos de Hollywood, Bogart aparecia fumando em praticamente todas as cenas de seus filmes, envolto em uma cortina de fumaça, que reforçava o glamour da época. Até os anos 60, era chique fumar. Questão de charme. Quem não fumava, estava por fora. O cinema e a tv reforçavam essa idéia para felicidade da indústria do tabaco. Apenas na década de 70, a literatura científica tornou clara a relação entre o fumo e diversos tipos de câncer, como o de pulmão, esôfago, estômago, rim, bexiga, além de os tumores de cabeça e pescoço. Reconheceu-se que a cada três casos de câncer, pelo menos um era provocado pelo cigarro.

Dia Mundia Sem Tabaco

QUINTA-FEIRA, 31 DE MAIO. Iniciativa da Organização Mundial de Saúde em parceria com o Governo Federal com o intuito de sensibilizar o maior número possível de pessoas sobre os males causados pelo consumo do tabaco e seus derivados.

EXISTE 1,3 BILHÕES DE FUMANTES NO MUNDO. Desses, 88% desejam parar, mas apenas 3% conseguem se livrar da nicotina por conta própria, sem recorrer à ajuda médica ou terapêutica.

29 de maio de 2007

28 de maio de 2007

Quero provar

"Remedio chino es infalible"
[Mano Chao]

27 de maio de 2007

26 de maio de 2007

Refém da chuva

Lá fora chove. Muito. As ruas devem estar alagadas e a essa hora a Codesal já deve ter recebido umas 500 ligações de desabrigados direto das encostas que desabaram. Ontem de noite cheguei em casa encharcada. Dormi com o barulho da chuva, estava tão cansada. Soube que na Chapada essa madrugada deu 13ºC. Ui, o frio da Chapada é de doer o osso. Tenho uma teoria [furada, eu sei] que onde tem pedra e rocha, o frio é mais frio. Junta o frio do tempo com o frio que sai da pedra, fica frio-frio, entende? Não sei se o frio se propraga nos elementos da natureza e nos objetos que nem o calor, mas tenho impressão que a rocha é condutor de frio, assim como é de calor. Tenho que perguntar a meu pai, o físico. Acho que tá nevando na terra da Pró, lá em Santa Maria, no Sul. Mas ela disse que ontem fez sol, nada de chuva, embora muito frio. Jequié esfriou também... uns 20ºC. Imagina, um refresco na terra do sol. E eu aqui, de folga, entediada. Não gosto de chuva. Queria ir pra rua, passear. Alguns vão dizer: - ué, o qué qui tem? Você é de açúcar? Não vai pra rua só porque tá chovendo? É, querido. Só por isso. Não sou de açúcar, mas o trânsito deve tá uma merda, não tem nada pra mim lá fora. - Então vai ler um livro, toma um cafezinho quente pra animar. Eu não gosto de café e livro eu leio toda hora, em qualquer lugar, não preciso de chuva pra me concentrar. [Mania chata de relacionar livro com chuva. Livro é sem hora, chuva é tédio]. Hoje é minha folga, dia de desopilar, ir pra rua, passear. - Ah, então tá reclamando porque não tem um namorado pra curtir a chuva debaixo do edredon vendo filminho e comendo pipoca bem juntinho. Porra, que saco! Não é isso não, querido. Tô reclamando porque queria ir pra rua, ver a cor do dia sem me molhar, ver gente, passear com o cachorro, andar de patins, tomar um banho de mar. E com essa chuva, fora de casa, só resta shopping center. [Eca, não vou nem comentar!] Esse negócio de passar o dia, dentro de quatro paredes, a dois, é chuva, embora cama não seja tédio. Perdoe-me, meu affair querido, não é nada contra você, aliás, sou 100% você, mas eu queria ir lá fora, assim, com você. Eu, você e o mundo, mundo mundo vasto mundo. Você que não se chama Raimundo sabe bem o que digo. E tem mais: olha, namorado é um termo muito antiquado. As relações mudaram, o referencial é a globalização. Namorado é Guerra Fria, o muro caiu faz tempo... Melhor abrir a mente, não apenas pra não sofrer, como receita Gusma, mas sobretudo para viver. Atualize-se, vá ler Bauman em o Amor Líquido. Mulheres são Bonecas Russas. Pelo menos eu sou. E gosto muito de ser.

23 de maio de 2007

Imperdível

Saramago no Jornal da Globo.

22 de maio de 2007

Go shopping, ô no!

Pronto, as portas do trambolho finalmente foram abertas. Agora não tem mais jeito. Está consolidado, ou melhor, inaugurado. Vou ter que engolir o shops novo mesmo a contra gosto. É, queridos, engolir. Não me vem outra palavra nesse momento. É engolir mesmo, enfiar goela abaixo com um suspiro só, que nem remédio amargo pra vê se desce rápido.

Porque aquilo ali não é uma construçãozinha qualquer, um brinquedinho estilo lego, desmontável. É grande feito a porra, sólido, imponente. Vai de uma ponta a outra, vejo de camarote da janela da redação e desde o dia que o primeiro tijolo foi colocado me incomoda muito aquele mega estabelecimento comercial.

Abriram pistas, viaduto foi erguido, mudaram rotas. Juraram melhorias. E o mais impressionante: o trânsito na avenida Tancredo Neves continua fatídico. Por tabela, a ACM, a Marcos Freire, a entrada do Stiep, a Magalhães Neto e as alamedas do Caminho das Árvores, aquelas que têm nomes de árvores. Uma merda, angustiante, irritante, sufocante. Engarrafa a qualquer hora, tanto faz ser 10 da noite ou até mesmo num belo dia de domingo. Trava tudo, é um saco, congestionamento no mais perfeito sentido da palavra. Não passa nada... Quer dizer, eu passo, todo dia pra ir e vir do trabalho. Meus nervos agradecem.

Ainda tem umas duas faculdades ali perto, um monte de prédio empresarial, mais umas duas ou três lojas de decoração, uma casa do comércio, uns três bancos, dois hospitais, dois restaurantes chiques, um jornal, e mais o que? Um shoppingzão, o Iguatemi. O primeiro de todos. Ah, tem também o Sumaré. Menor porte, tudo bem, mas não deixa de ser shopping. Pergunto: não tinha outro lugar pra construir essa merda não? Tinha que ser ali, logo ali, onde as coisas já não fluiam muito bem? Não podia ser lá pras bandas da Paralela não? "Não, não pode. Lá já vai ter outro", pelo menos foi o que me disseram.

Haja lamento dentro dos carros - motoristas descobriram uma forma rápida de fazer úlcera, enquanto os pedestres dentro dos ônibus seguem não menos irritados. Por falar nisso, outro dia, do alto do busú, em pleno trancamento, distraída na janela com ar de fim de expediente, vi um carinha apertando um baseado num corsa prata. Assim, de paletó e gravata, palm top largado no banco solitário do carona. Nada mais que uma válvula de escape, um passatempo em meio ao caos viário. Invejei a condição privilegiada daquele sujeito, não vou mentir. A mim me restou aumentar o volume do iPod. Não bate onda, mas funciona que é uma beleza, it makes you fly away.

Dizem que é lindo, super chique. Da porta dá pra perceber. Eu ainda não fui, não tive coragem. Vou acabar indo, eu sei. Mas agora, logo assim de cara, não. Não quero deixar meu dinheiro ali, sim, porque shopping nada mais é que um lugar feito especialemente pra se apropriar do dinheiro dos outros, fazer o cara gastar, consumir. Você entra, dá duas voltinhas, e se não for esperto, quando cair na real, já se foi uma quantidade considerável de dinheiro direto pro bolso do lojista. É promoção, liqüidação: enganação - salvo as situações cujos gastos correspondem a necessidades reais. Fora isso, é sedução.

Cá com meus botões, matuto mais uma vez: Salvador, capital do desemprego, segundo o IBGE, apenas 10% da população tem renda mensal fixa acima de R$ 1,6 mil e o povo todo assim... delirando com o shopping novo, ávidos para gastar o que nem têm, consumir, babar, pré-datar na mais nova maravilha da cidade. Credo, que deslumbramento idiota! Quando passei na porta, na volta para casa, e vi aquele mundaréu de gente e carro seguindo feito comboio de peregrinos em dia de romaria, tive vontade de abrir o vidro do carro e soltar um berro: Vai, gente! Vai pra casa, pensar na vida! - Ok, ok, ok. Calma, não fiz isso não, já passou o surto nervoso e vou até assumir baixinho: sou uma ranzinza.

Na academia, o assunto do dia era o tal. A recepcionista se perdeu no engarrafamento. A aula de power jump ficou vazia - o professor disse que o povo tava lá, no shopping. Duas mocinhas chegaram decepcionadas na aula de step: não conseguiram passar o cartão em nenhuma loja, sistema fora do ar logo no primeiro dia, ó que pena!

Soube que Saramandaia desceu em peso. Isso eu não vi, apenas ouvi falar, por sinal, achei ótimo. Saramandaia go shopping. O pessoal da redação se diz contente. "É que agora tem mais uma opção de almoço". Talvez seja melhor comer papel [como sugeriu Seo Ari outro dia].

A bruxa*
Carlos Drummond de Andrade
Nesta cidade do Rio,
de dois milhões de habitantes,
estou sozinho no quarto,
estou sozinho na América.

Estarei mesmo sozinho?
Ainda há pouco um ruído anunciou vida ao meu lado.
Certo não é vida humana, mas é vida.
E sinto a bruxa presa na zona de luz.

De dois milhões de habitantes!
E nem precisava tanto...
Precisava de um amigo, desses calados, distantes,
que lêem verso de Horácio
mas secretamente influem
na vida, no amor, na carne.

Estou só, não tenho amigo,
e a essa hora tardia
como procurar amigo?

E nem precisava tanto.
Precisava de mulher
que entrasse neste minuto,
recebesse este carinho,
salvasse do aniquilamento
um minuto e um carinho loucos
que tenho para oferecer.

Em dois milhões de habitantes,
quantas mulheres prováveis
interrogam-se no espelho
medindo o tempo perdido
até que venha a manhã
trazer leite, jornal e clama.
Porém, a essa hora vazia
como descobrir mulher?

Esta cidade do Rio!
Tenho tanta palavra meiga,
conheço vozes de bichos,
sei os beijos mais violentos,
viajei, briguei, aprendi.
Estou cercado de olhos,
de mãos, afetos, procuras.
Mas se tento comunicar-me
o que há é apenas a noite
e uma espantosa solidão.

Companheiros, escutai-me!
Essa presença agitada
querendo romper a noite
não é simplesmente a bruxa.
É antes a confidênciaexalando-se de um homem.
(*) Bom de ouvir feito confissão de quem quebra o silêncio da madrugada com sussurros

A velocidade da mente
não dá conta das sutilezas da emoção

18 de maio de 2007

Salúber

Ô semaninha cansativa nem deu tempo de dormir direito. Não restou nem uma gotinha de energia pro sabadão de folga

13 de maio de 2007

Vício

Tem gente que tem a alma pequena. Vive presa a atitudes inferiores como mentira e falta de caráter. Tem gente que não sabe amar nem nunca terá o prazer de ser amado - melhor se conformar logo com as migalhas largadas naquela esquina. E isso não é agouro. A vida é assim: tudo é vai e volta. Ação e reação na mesma intensidade de modo perfeito. Quem cultiva a discórdia semeia tempestade, não é de hoje. Quem carrega amor no coração vive em paz sem preocupação, tão bão! Felizes os que acordam dispostos a viver sem precisar atravancar o caminho de ninguém. Inferiores os que nem dormem ou então consomem boa parte do tempo arquitetando artimanhas mirabolantes baseadas em pensamentos oxidantes, chega a ser apavorante. Cúmplices os que passam a mão na cabeça e fingem não enxergar a carga negativa impregnada na essência alheia - cuidado pra não ser o próximo petisco. Estúpida perda de tempo! Desgaste inútil, consumação repugnante, atraso de vida, compra de karma. Estou certa de que não existe nada mais digno nessa vida do que ter a alma limpa. Sejamos passarinhos, amém!

12 de maio de 2007

A gente nunca sabe
o pedaço da vela que ainda resta acesa
[Tia Dora, sobre a brevidade da vida]

8 de maio de 2007

Myself por Freud

*Para os que não compreendem a forma como os meus amores são eleitos e também para os que, devido a atitudes aparentemente incoerentes, questionam a intensidade dos meus valores. Não se engane, é tudo muito mais sério, mais elevado, que aparência displicente*

Meu amor, para mim, é algo de valioso, que eu não devo jogar sem reflexão. A máxima me impõe deveres cujo cumprimento devo estar preparado e disposto a efetuar sacrifícios. Se amo uma pessoa, ela tem de merecer meu amor de alguma maneira. Mas, se essa pessoa for um estranho para mim e não conseguir atrair-me por um de seus próprios valores, ou por qualquer significação que já possa ter adquirido para a minha vida emocional, me será muito difícil amá-la.

Na verdade, eu estaria errado agindo assim, pois meu amor é valorizado por todos os meus
como um sinal de minha preferência por eles, e seria injusto para com eles, colocar um estranho no mesmo plano em que eles estão. Se, no entanto, devo amá-lo (com um amor universal) meramente porque ele também é um habitante da terra, assim como o são um inseto, uma minhoca ou uma serpente, receio então que só uma quantidade de meu amor caberá à sua parte – e não, em hipótese alguma, tanto quanto, pelo julgamento de minha razão, tenho o direito de reter para mim.

O mal estar da civilização

6 de maio de 2007

Domingo 2

Debaixo da lua na Praia do Flamengo

Domingo


- Vai um coco?
Praia do Flamengo, por volta das 14 horas.

Sábado 2

Percorrendo caminhos tarde da noite

Sábado

Refresco mental com Gabo en español. Aleluia, umas 4 da tarde

Sexta

A caminho de um chop na melhor das companhias

28 de abril de 2007

Gift

Pra não dizer que nunca ganhei flores, essas belas tulipas chegaram direto da Califórnia em plena sexta-feira, exatamente quando a noite, embora embalada pelo trompete de Miles Davis, parecia não ter cor. Não posso dizer que senti o cheiro, mas meus sentidos brilharam tal qual aconteceria caso fosse possível tocá-las. Presente de Robertinho, o amigo peregrino. Lamento não poder colocá-las em um belo vaso com água na estante do quarto ou no console da sala. Lamento também não poder desfilar por aí, com o arranjo debaixo do braço, como fazem as moças, quando surpreendidas por um motoboy que entrega flores no trabalho. Anyway, estou contente, são lindas! A amorosidade do remetente foi capaz de quebrar a frieza dos pixels and bytes.

27 de abril de 2007

Talvez
seja luz na luz
e o branco
não passe de ilusão
[William Shakespeare]

24 de abril de 2007

A forma certa

Atualizado em 28/4*
Em plena terça-feira. That's right!
(*)Bom, vou recapitular esse post. Os rapazes da foto [viu, Clarissinha?] são personagens desconhecidos. Embora sejam muy guapos, não tive oportunidade de trocar nem duas palavras com essas figuras e isso realmente é lamentável. Ossos do ofício! Na verdade, essa foto tem uma única intenção: sofram, meus caros amigos peões, escravos de prazos e patrões, vale também para os que são escravos do próprio negócio. Sofram, porque é dia de semana e, enquanto vocês mofam num escritório lacrado por vidros fumê e ar condicionado empoeirado, na tentativa de se matar de trabalhar para garantir a propriedade, o que não é de surpreender visto as enormes vantagens que ela oferece [vide Oscar Wilde em A Alma do homem sob o socialismo], há quem tenha o privilégio de desfrutar o aconchego salutar de uma praia deserta em plena terça-feira. Sofram, meus caros, porque eu sofri, a começar pela calça jeans, que me apertava o quadril no momento desse clique. Sobre meu estado de [in]satisfação com meus prazos e meus patrões não preciso nem prolongar a conversa. Portanto, só pra esclarecer, essa foto é destinada a todos aqueles que não vêem nem o dia mudar de cor, aqueles que não têm hora para almoçar. Pessoas que folgam quatro vezes no mês, criaturas atormentadas com seus empregos mas que mesmo assim não conseguem larga-los. Sofram. Talvez, no futuro, você seja um aposentado safenado ou então tenha alguma lesão por esforço repetitivo e talvez a praia, ao invés de deserta, tenha um [eca]resort acéptico, padrão cinco estrelas, puro luxo, onde você poderá gastar suas economias em um amargurado fim de semana com o companheiro não-adequeado e os três filhos problemáticos. É isso, queridos. Fiz a foto só para dizer que "viver é o que há de mais raro neste mundo . Muitos existem, e é só" [Oscar Wilde, mais uma vez].

20 de abril de 2007

16 de abril de 2007

Me gustas tú

¿Qué horas son mi corazón?Te lo dije muy clarito Doce de la noche en la Habana, Cuba Once de la noche en San Salvador, El Salvador Once de la noche en Managua, Nicaragua Me gustan los aviones, me gustas tu. Me gusta viajar, me gustas tu. Me gusta la mañana, me gustas tu. Me gusta el viento, me gustas tu.Me gusta soñar, me gustas tu. Me gusta la mar, me gustas tu. Que voy a hacer, je ne sais pas. Que voy a hacer, je ne sais plus. Que voy hacer, je suis perdu. Que horas son, mi corazón. [pra ouvir alto qualquer hora do dia]

15 de abril de 2007

Efeito "Cê"

Eu acho engraçadoQuando um certo alguémSe aproxima de mimTrazendo exuberânciaQue me extasiaMeus olhos sentemMinhas mãos transpiramÉ um amor que eu guardo há muitoDentro em mimE é a voz do coração que canta assimAssimOlha, somente um diaLonge dos teus olhosTrouxe a saudade do amor tão pertoE o mundo inteiro fez-se tão tristonhoMas embora agora eu tenha pertoEu acho graça do meu pensamentoA conduzir o nosso amor discretoSim, amor discreto pra uma só pessoaPois nem de leve sabes que eu te queroE me apraz essa ilusão à toa [pra ouvir na voz de Caetano]

8 de abril de 2007

Bom de ver:

CUBA BY KORDA, no The Washington Post digital

CRISIS IN DARFUR EXPANDS, no The Washington POst digital

PÁSCOA PALADAR, no Estadao.com

DESASTRE AMBIENTAL NO RECÔNCAVO, no A Tarde On Line

6 de abril de 2007

Páscoa!

Hoje, plantão na redação

5 de abril de 2007

Oração

Lua cheia
dê-me sua beleza
Encha meu espírito de leveza
Leve minha mensagem
a quem muito me interessa
E como reconhecimento
comprometo-me a admirá-la
Para sempre
sem esquecê-la um único dia

"The heart is the size of a closed fist and shaped as a pear with it small end pointing down. It's the organ that symbolizes love. It follows the rhythm of emotion. Normally, in a adult, the heart beats 60, 70 times per minute. When someone is in love their heart beats much faster. It can go uo 100 beats without then even noticing it. The heart is the last onde to die. It keeps beating even when it's taken out of the body, even when the loved one goes away, even when you don't want to ache anymore. You're no long in command when you fall in love. When your heat beats fast for another person, you're not in charge anymore. The heart takes charge. People do not know why they fall in love. They're simply overwhelmed. Sometimes they become ludicrous or confused, sometimes even dangerous." [Manuale d'Amour, filminho italiano bom de ver]

3 de abril de 2007

Bom Jesus dos Pobres





Ontem, assim que amanheceu

1 de abril de 2007

Cinema de língua hispana

Maria Cheia de Graça. Colômbia, 2004.


Bom de assistir. Só a atuação segura de Catalina Sandino Moreno (Maria) já faz valer o filme. A personalidade intrépida conquista, mas o final sem ser 'politicamente correto' me fez ter "raiva" de Maria. A quem interessar, bom também para aprender a engolir papelotes de cocaína. O diretor (Joahua Marston) caprichou nos detalhes. Fotografia confortável aos olhos.




Clube da Lua. Argentina, 2004.


Lindo, lindo, lindo! Vale pela história, pelos personagens e seus diálogos dramáticos, porém engraçadíssimos. Vale também pelas cenas bem produzidas e dirigidas. Ameaçado pela falta de clientes, o clube Avellaneda enfrenta uma grande crise, os fundadores se unem para evitar o pior: a transformação do clube em um casino. Vá ver, porque contando a história assim por alto não parece tão interessante.



Habana blues. Cuba, 2005

É fraco. Não fosse a música, daria sono. História batida de dois músicos em busca do sucesso com final previsível. É aquele tipo de filme que vale pelo cenário por ter sido rodado em Cuba. Dá pra ver um pouco das ruas, os prédios, os automóveis... enfim, dá pra se inteirar um pouco da rotina dos habitantes da ilha caribenha. E só. Ah!!! Vale também beleza dos dois protagonistas. Ruy y Tito son muy guapos.

31 de março de 2007

Música!

Peço licença a Jorge du Peixe para me apropriar intuitivamente de cada verso desta canção

A ILHA. Amanhã bem cedo a vida vai levantar e quem quiser ir também vai ter que se apressar. Pois os passos respiram, o que a hora faz andar. E a vontade empurrando tudo isso pra acordar!
Que provando os sabores e odores dos melhores momentos, não sejam em vão. Guardados na cabeça os rastros do tempo deixados ali no chão. A carne é fraca e o corpo uma ilha a procura do sol. A noite vem vindo e amanhã tudo de novo. Quem vai até o amanhecer, mais um amanhã e lembrar de não esquecer quem são, quem vai. De quem foi e de quem fez andar tudo que ainda vai fazer lembrar. Quem foi? Re- iniciei o dia, salvei as horas, garantindo o amanhã... E a malicia do tempo atiça o vacilo e a caida na tentação...

Sei não...

Tem gente que é besta. Parece até que vive em outro mundo. Tá com a agenda cheia de prazos e compromissos, mas faz questão de estacionar na biblioteca hispanica pra pescar versos de Neruda. E quando termina a lição do dia com a professora galega é capaz de dizer que o melhor da aula é dar de cara com o pôr-do-sol multicolorido do Rio Vermelho.

26 de março de 2007

Simples assim


Estou velha. Sou de outro tempo. Sou uma balzaca de há muito. "Descobri" quando vi essa imagem. Tudo porque amo escrever carta. E enviar também. É muito bom. Mas, me falem: há quanto tempo você não escreve uma carta? Desde que o e-mail entrou em nossas vidas, as cartas praticamente foram extintas, caíram em desuso. Mas de vez em quando é tão bom receber uma mensagem escrita a mão. É ou não é? Encontrei este anúncio que fala com a gente: para realmente tocar alguém, só mesmo mandando uma carta. Beijos saudosos, Regina de Sá


Respondo: Também me sinto de outro tempo. Tenho paixão por cartas. Lembro de ter rabiscado algumas nos últimos tempos - duas cheguei a enviar. Só não lembro qual foi a última que recebi. Acho que foi no colegial, de uma amiga. Faz tanto tempo... De lá pra cá a minha caixa do correio é cada dia mais insossa: só tem conta, promoções ilusórias do cartão de crédito e propagandas de supermercado. Um amontoado de papel frio. Coisa mais sem graça. Bom mesmo é ser surpreendida por uma caligrafia impregnada de sentimentos. Sinto falta. Já não sei o que é receber uma carta.

Domingo

E tudo se acalma no conforto de um abraço. A semana em que fiquei pra trás, ganhei uma música, surgiu um sócio, escolhi uma nikon, falou-se de viagens, e, ainda assim mantive a cordialidade acima da acidez, chega ao fim com uma carinhosa despedida. Meu amigo padre, o Robertinho, peregrino jesuíta, fotógrafo, boa gente, trocou Salvador por Taipei. De malas rumo a China, o padre agora vai pedir benção em mandarim ao Senhor do Bonfim. O sorriso tenso acompanhado de palavras e gestos afetivos me fez ter certeza de que passará um bom tempo até nos reencontrarmos. É que a Ásia é distante e a caminhada escolhida pelo rapaz não tem linha de chegada. Já consigo sentir falta do padre. Mesmo com contatos nem tão freqüentes... a distância agora é maior. Não é apenas uma viagem... trata-se de uma longa caminhada. Às vezes fico a pensar como a vida de cada um toma rumos tão distintos. Eu que nem sou católica tenho um amigo padre, que já foi piloto, já teve namorada, já morou na França. Que me conquistou em menos de 24 horas e me levou para uma profunda viagem a um pedaço da Amazônia. Na minha lembrança, ficam as canções feitas pelo padre, em especial as que tive oportunidade de ouvir tocadas pelo próprio. Música para quem se entrega às pessoas. Boa viagem, meu amigo!

24 de março de 2007

Sábado

Como é bom dormir até tarde, sem compromisso para levantar. Tinha até esquecido o quanto é prazeroso ter o sono prolongado pela vontade do corpo.

23 de março de 2007

Sexta-feira

Um pierrot retrocesso
meio bossa nova
e rock'n roll
Estado de espírito, hoje

22 de março de 2007

Quinta-feira

Bito, o Retirante, de passagem pela redação baiana.

Dia Mundial da Água

En Kenia el agua es más cara que la Coca-Cola (Agência Efe)

El alcalde adjunto de Nairobi, Waititu Ndungu, ha denunciado en el Parlamento Europeo que la Coca-Cola es más barata que el agua en Kenia y que la mayoría de la población no tiene dinero ni siquiera para comprarse uno de esos refrescos. Ndungu se refirió además a la paradoja de que su país está situado junto al segundo lago más grande del mundo, el lago Victoria y junto al río Nilo.

El representante municipal de Nairobi ha trasladado esta situación a los más de 600 participantes en la primera Asamblea Mundial de los Representantes Electos y los Ciudadanos por el Agua (AMECE) en el Parlamento Europeo. A este evento asisten autoridades, expertos y representantes de la sociedad civil de más de 80 países, entre ellos Bolivia, Brasil, Uruguay, Chile, Argentina, México, Colombia, Honduras, Perú y Ecuador.

El objetivo de la asamblea es debatir y presentar propuestas para mejorar el acceso al agua de los más de 1.100 millones de personas que carecen de ella, lograr que se declare derecho fundamental y plantear fórmulas para frenar su uso comercial por parte de empresas privadas.

Um bom dia eloqüente

"É rapidinho,
só pra dizer que
te quero bem..."
Seu Álvaro, hoje

20 de março de 2007

Então, o show

A todos que me perguntaram, foi sublime!
E por tal adjetivo entende-se: situações moralmente irrepreensíveis, algo digno de admiração. Intelectualmente irretocável, perfeito.
Chico ocupa posição distinta em relação a outros cantores.
As canções... ah, as canções... elas despertam sentimentos nobres. Confesso que boa parte do repertório me pegou despreparada. Considerávelmente atormentada. Difícil não se encaixar à toa nos versos de Palavra de mulher. Fácil sentir consolo tal qual ombro de amigo ao ouvir os primeiros acordes de Futuros amantes. Alegria com Dura na queda. Embalo com Ode aos ratos. Nostalgia com João e Maria. E pensar que isso foi só um pedaço do show... sinceramente, inesquecível.

Terça

Ainda em análise.

19 de março de 2007

Segunda

Com auxílio do Aurélio, digo:

Ó monstro fabuloso, com cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de dragão. Produto da minha imaginação, fantasia, utopia, sonho. Quando não, as quimeras do amor. Mas a arte, o lar, três filhos, Antonio? Embora! Quimeras, bola de sabão. No vazio revela-se: incoerência, incongruência. Absurdo, por que não?

18 de março de 2007

Domingo

ôôÔÔÔÔÔÔÔÔôôôÔÔôÔôôÔô
Mais uma quimera...

17 de março de 2007

Mítico

Rio de Janeiro, 1980. Autor desconhecido.

Amplo

Pela legalização da maconha, sim - embora declare não ser usuário da planta. Sobre outras drogas, diz ter escapado da heroína. "Nunca me piquei". Foi "só" no básico: fumou, cheirou, tomou ácido. Mas largou tudo isso "faz tempo". Não que Chico tenha virado um monge tibetano alheio aos vícios mundanos. Parece que esse lance de ficar de cara não é com ele. Confessa que eventualmente pode até fumar um aqui e ali. Uso ocasional, nada que o torne um legítimo maconheiro. "Não sou adepto". Por sofrer de insôcia, já foi recomendado uso regular da cannabis para dormir. "Mas não dá certo", afirma. Os efeitos psicoativos do THC não batem no artista. "Não me dá leseira, nem larica. Me deixa excitado. Aí eu preferi a cocaína, mas parei também", garante. Quanto a legalização da maconha, Chico é fiel seguidor da corrente que vê a ilegalidade como fator de promoção da violência devido ao narcotráfico. Ele explica: "No Brasil, nos países pobres, principalmente, a quantidade de vítimas que o tráfico de drogas faz é muito maior que a de vítimas das próprias drogas. No Rio, moleques de nove, dez anos já estão cheirando cocaína, porque manejam, vendem cocaína. Envolve às vezes uma quantidade muito grande de crianças, adolescentes, acaba com a vida dessa gente, morre gente pra burro. Fora a violência toda que o próprio tráfico vai desencadeando". É claro que você não pode pensar em liberar abertamente o consumo de drogas se não tiver um interesse internacional. Senão, cria-se um problema. Você pode ir a Amsterdã e fumar sua bagana e tal, mas não pode sair de lá com o negócio. Se produzissem legalmente cigarros de maconha, se fossem vendidos nas tabacarias, no Brasil, como aliás digo numa música, não vejo que o dano... quer dizer, haveria, claro, um problema de saúde pública, como com o cigarro, como com as drogas farmacêuticas, o consumo de álcool".
Em tempo: a musica é "Outros Sonhos"

Belo, charmoso, elegante


Foto: Bruno Veiga. Tirada do CD "Carioca"

Insone

Isolados no Olimpo, artistas sofrem como qualquer mortal. A diferença é que da angústia brota arte. Chico não sabe dormir. Principalmente a seco - embora declare não ser viciado em ansiolíticos. "Simplesmente não dá, você deita e não consegue". Não sei o que é isso. Sou daquelas que deitam e apagam a qualquer hora do dia. Agora mesmo estou tumbiando de sono por ter passado boa parte da madrugada plugada ajeitando este blog. E uma noite perdida me cai como um raio na cabeça. Mas os Olhos Verdes ficam abertos noites a fio... aí vem um verso... um lembrança da infância com uma melodia chilena cantarolada pelo pai... um pouco de vinho... um rabisco perdido na mente agonizante... mais um gole de vinho. As horas passam... passam... a segunda garrafa está prestes a secar... a falta de conclusão torna o trabalho obsessivo. "Para começar a escrever uma canção não precisa de um motivo forte. O motivo às vezes não é forte em si, mas acaba se tornando forte pela obsessão. Me questiono: O que eu faço com isso? Tenho de fazer uma música. Mas não sei por que aquilo apareceu na minha cabeça. E não sossego enquanto não transformar em canção, em verso", explica. Enfim, o dia amanhace. Chico padece. "Não sei como se faz para dormir". Explicado o grande charme do poeta: o par de olheiras eternamente gravado debaixo do par de contas verdes.

Modesto

"Na hora de produzir
você sai do zero,
não do pódio.
Quando vou escrever
não sou nada"
[Chico Buarque de Holanda]

Né, não?

Edição 144 da Trip

Fabuloso

O sol ensolarará e estrada dela
A lua alumiará o mar
A vida é bela
O sol, a estrada amarela
E as ondas, as ondas, as ondas, as ondas
[Dura na queda]

Ele, o poeta


Por João Wainer

Finalmente!

Caríssimos leitores: este blog trocou o luto por um biquini branco de lacinho. E para celebrar em grande estilo a estréia do novo layout, entra no ar uma singela série sobre Chico Buarque de Holanda. É que "ando com minha cabeça já pelas tabelas" ansiosa para que domingo chegue bem rapidinho. As duas últimas semanas foram motivadas pelo CD "Carioca". O reflexo da inspiração está aqui em cada pixel desta página. Os textinhos "Amplo", "Insone" e "Modesto" são uma cozinha da genial entrevista feita por Fernando Eichenberg, em Paris, para a edição 144 da Trip. Espero que gostem da mudança no visual. Os posts anteriores continuam nos arquivos. Fiquem a vontate, divirtam-se!


16 de março de 2007

Por trás

Curiosos empendurados para ver o incêndio. Ontem, no Itaigara

Passou...

Dia da mulher, no Pelourinho

8 de março de 2007

Em tempo 3

Night shift, a música que martela meu juízo desde domingo a noite.

The sun shall not smite i by day/Nor the moon by night/And everything that i do/Shall be upfull and right/And if it's all night/It got to be alright /Your mamma won't lose this one/You're the lucky one, under the sun/If you make me move/Then you know you got the groove/All night, it's alright/All night yeah! it's alright/Working on the forklift, in the night shift/Working on the night shift, with the forklift/From a.m. to p.m. /Working on a night shift yeah!/Well if it's all night/Warehouse, you're empty yeah!/Right around the corner/Bring your goods/Go around the other corner/Bring your suitcases/By the sweat of my brow/Eat your bread /All night, alright

BOB MARLEY!!!

Em tempo 2

O eclipse sábado a noite foi o máximo. Com direito a vista privilegiada na praia deserta – o grande desejo do final de semana; possível de realizar apenas de noite, quando sobram apenas os gaiamuns na areia. Aliás, acabo de me dar conta que tive um final de semana lunar.

Em tempo

72 horas sem internet na minha residência. Pense num ser humano prestes a subir pelas paredes. Sim, sou heavy user. Dependência total. Ou melhor, necessidade de fazer uso constante diariamente. No trabalho e em casa. Até mesmo porque são momentos bem diferentes. Ocorre que toda noite, pra lá das 22 horas, a história se repete. Não tem livro, música, tv, diálogos ao telefone, brincadeiras com o cachorro que dê jeito. Por mais que me ocupe com outras atividades o fato de estar desconectada me faz sentir... assim... meio incompleta.

3 de março de 2007

2 de março de 2007

Desejo do dia

Uma sessão no planetário...

1 de março de 2007

Poesia

Meu "eu lírico" nesse exato momento.
Árvore fossilizada. Local: Mata, RS
Foto: Charles Guerra, fotógrafo gaúcho, aluno da Pró.